Frank Sinatra, Frank Sinatra
“Frank Sinatra está morto”, diz a francesa Miss Kittin na música que leva o nome do famoso cantor e que ajudou a levantar a bandeira do electro no começo dos anos 2000. Realmente, o “Blue Eyes” (Olhos Azuis) não está mais entre nós e se estivesse completaria 95 anos neste domingo (12). Mas sua voz e presença continuam a ser fontes de inspiração de diversos artistas como na efêmera carreira solo do baixista dos Sex Pistols, Sid Vicious, no final dos anos 70, que escolheu cantar de maneira anárquica um de seus clássicos, My Way. Mas a postura, a pontuação – sempre dizia que aprendeu tudo observando Billie Holiday – e o entendimento do que era cantado marcou de forma profunda gerações de cantores como o contemporâneo porto-riquenho Luis Miguel. E se muitos se curvam aos ensinamentos de Sinatra até hoje, “A Voz” (como era chamado) se rendeu à beleza da bossa da Garota de Ipanema.
“Quero fazer um disco com você e saber se você gosta da idéia”. Era Sinatra ao telefone convidando o então jovem maestro Antonio Carlos Jobim para ir até a Califórnia e gravar um álbum com ele. Jobim que estava no clássico bar do Veloso, no Rio, bebendo umas com os amigos, teve certeza que era trote, como conta Ruy Castro no delicioso livro Chega de Saudade.
Mas era pura verdade e lá se foi Tom para gravar o segundo álbum mais vendido de 1967 no mundo – só perdeu para o Sgt. Peppers dos Beatles. E entre muitos clássicos da bossa nova, Girl from Ipanema ganhou destaque especial. O cantor entra na cadência e não coloca sua voz muito à frente dos instrumentos como costumava fazer.
Décadas depois desse encontro histórico, quando Jobim completou 60 anos, Sinatra ao vivo de um canal de TV americano lhe desejou feliz aniversário e disse ter sido o brasileiro uma das pessoas mais inteligentes que conhecera na vida.
A vinda do cantor para o Brasil também foi mítica. Reza a lenda que uma vidente falou que se ele viesse ao país, morreria em um acidente de avião. E assim as gerações de fãs dos anos 40, 50, 60 e 70 esperaram chegar os anos 80 para lotar o Maracanã, no Rio, e entrar até o Guiness Records com uma plateia de 170 mil pessoas.
E Sinatra ficou cheio de bossa!