A paixão pelo graffiti como expressão artística foi o pontapé inicial para o surgimento, há mais de seis anos, de um coletivo cultural que reúne uma turma bastante talentosa de São Gonçalo e Niterói, cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. O Mafia 44 nasceu com apenas dois membros, mas hoje reúne oito grafiteiros (Daniel Goaboy, Davi, Flavio Bata, Leo Pakato, Alvaro Mutant, Glauber Gal, Gustavo Gut e Julio Dee) e três fotógrafos (Ratão Diniz, Renan Otto e Joelma Capozzi), além de um rapper, o MC Mamut.

Surgido sob o nome de “máfianiteroi”, o grupo incorporou o “44” após a entrada de Daniel Goaboy, que veio carregando na bagagem quase 10 anos de pichação e que usava o número como sua identificação. “44 significa maluco em dobro. No RJ, o 22 é considerado número de maluco”, explica Goaboy ao Virgula. Hoje totalmente integrado ao cenário artístico e cultural da região e do estado como um todo, o Mafia 44 já foi responsável por exposições em galerias e centros culturais de diversas localidades fluminenses , além, é claro, de ter suas obras espalhadas pelas ruas, para quem quiser ver.

De acordo com Daniel Goaboy, o grupo geralmente tem uma relação mutuamente respeitosa com as cidades e seus moradores, mas ressalta que, em alguns casos, “graffiti é considerado arte apenas quando o local está degradado”. O artista relembra o caso de uma das principais ruas de Niterói, que era praticamente uma galeria a céu aberto de tantos graffitis que existiam: “Havia vários painéis, alguns nossos e outros de grafiteiros bem antigos. Eram painéis clássicos”, relembra Goaboy.  No entanto, com a construção de um condomínio e revitalização do porto, os trabalhos deram lugar aos impessoais e frios muros pintados de cinza.

Apesar de episódios como esse, o Mafia 44 continua espalhando cor pelo Rio de Janeiro, até porque o foco do grupo é sempre transformar o espaço público graças a trabalhos elaborados, feitos com calma e misturando técnicas diferentes numa mesma pintura. “A principal função do graffiti é dar amor à cidade. Uma pessoa pegar o dinheiro do próprio bolso, comprar tintas e ir colorir uma parede para pessoas que nem sabe quem são, é um gesto de amor. Há pessoas que discordam, que dizem que não são obrigadas a ver “poluição visual” nas paredes, e que os grafiteiros se acham melhores que o cidadão comum por escolherem a propriedade dos outros para fazer suas pinturas, mas a evolução do graffiti nas cidades mostra que essa opinião é de uma minoria”, opina Daniel Goaboy.

Para ver mais sobre o trabalho do Mafia 44, acesse a fanpage do grupo no Facebook.


int(1)

Mafia 44 reúne grafiteiros que colorem muros na região metropolitana do RJ