Famosos que já sofreram bullying
Essa semana a topmodel transexual Lea T. disse em entrevista à jornalista Marília Gabriela que sofre bullying todo dia. Quem nunca ganhou pelo menos um apelido irritante e ofensivo durante a vida não sabe a dor que é sofrer com o hoje tão falado bullying. Há alguns anos nem se sabia que provocações verbais e agressões físicas tinham um nome, mas atualmente os meios de comunicação noticiam a todo instante alguma história de alguém que já passou por alguma situação do gênero.
O bullying é uma situação com agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
O bullying sempre existiu, então porque as pessoas só começaram a falar a respeito de uns anos para cá? No passado não se tinha tanto conhecimento a respeito desse tema. Não existia um nome para esta forma de comportamento que era visto como brincadeiras próprias da idade e se acreditava que quanto mais cedo a criança passasse por situações adversas, mais cedo aconteceria seu amadurecimento. Mas os estudos ao longo do tempo foram comprovando o contrário. Quanto mais cedo as crianças passam por situações difíceis, principalmente situações de violência, isso pode ter um grande prejuízo em especial em seu desenvolvimento emocional.
“A partir de 1970 os estudiosos conseguiram identificar esse tipo de comportamento e o diferenciar das brincadeiras o nomeando como bullying. Muito se fala hoje em dia porque os meios de comunicação não divulgavam antes e hoje o fazem. Os casos não eram tão extremos como são agora com alunos entrando na escola e matando colegas e até cometendo suicídio. Então como a violência chegou agora de uma forma exacerbada, o termo bullying caiu na mídia e foi divulgado causando uma certa comoção social. As pessoas passaram a se preocupar. Antigamente as crianças também apanhavam dos colegas, mas atualmente o índice é muito maior do que no passado porque hoje a população escolar também é muito maior, pois todas as crianças têm acesso à educação. No passado quem frequentava as escolas eram filhos de pessoas que tinham condições, a educação não era para todos. Com a universalização da educação têm muito mais alunos na escola e consequentemente os problemas também são maiores.”, explica Cleo Fante, pedagoga, escritora e especialista em bullying.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações e ofensas podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio. Foi o que aconteceu recentemente com garoto americano de 14 anos, Jamey Rodemeyer, que acabou se suicidando por causa da intimidação que sofria diariamente na escola por ser gay. O fato atraiu a atenção da cantora Lady Gaga que se encontrou com o Barack Obama para discutir sobre bullying.
Se por um lado pode ser benéfico que hoje o bullying esteja sendo comentado, por outro, as pessoas tendem a achar que tudo pode ser classificado desta forma. “Brigas entre alunos, discussões, um conflito, uma brincadeira inconveniente ou sem graça, um apelido que não traz danos – isso tudo pode não ser bullying. Às vezes as pessoas acabam tendo uma falsa interpretação do que é o bullying e acabam generalizando, o que gera um perigo muito grande de se banalizar este fenômeno que é muito preocupante”, diz Cleo.
E como lidar com uma situação de bullying? “Nunca deve ser recomendado que a pessoa ignore, porque ao fazer isso você está validando o comportamento agressivo de seu colega e ainda consentindo que ele continue agindo desta maneira com você. O adulto deve conversar e esclarecer de modo que as crianças saibam que é preciso agir com as outras com respeito, cooperação, tolerância, com todos esses valores que são tão necessários e jamais caem em desuso. São valores humanos essenciais à vida para a convivência em sociedade”, conclui Cleo Fante.
E não só pessoas anônimas que viveram situações adversas quando mais jovens, famosos também já passaram (e alguns ainda passam) por poucas e boas por aí. Veja na galeria acima.