O nadador brasileiro Cesar Cielo afirmou que sua advertência pela presença de furosemida permitiu demonstrar que é “capaz de nadar bem em qualquer circunstância”.

“Sem dúvida nenhuma, foi o período mais complicado da minha vida. Muito mais difícil do que qualquer outro, incluindo os Jogos Olímpicos. Era o momento de provar que sou forte mentalmente e era capaz de vencer sob qualquer circunstância”, explicou Cielo ao jornal esportivo “L’Équipe”.

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em francês) decidiu em junho não puni-lo com três meses de suspensão pela presença da substância em seu organismo, como reivindicava a Federação Internacional de Natação (Fina), porque ele tomou as precauções necessárias para reduzir “sua culpa ou negligência ao menor nível possível”.

Essa decisão permitiu a ele participar do Campeonato Mundial de Natação em Xangai, onde conquistou ouro nas provas de 50 metros livre e borboleta. Posteriormente, nos Jogos Pan-americanos venceu nos 50 metros livres, nos 100 livres, no revezamento 4×100 livre e no 4×100 combinado.

“Vou esperar o tempo passar para que isso se dissemine”, reconheceu o ouro olímpico nos 50 metros livre em Pequim 2008, quem reconheceu que a situação pela qual passou forneceu a ele “uma maturidade enorme”.

Enquanto isso, nem seu entorno nem sua vida mudaram, acrescenta. “Continuo treinando como antes. Espero que, com o tempo, as pessoas entendam que o que aconteceu não foi culpa minha”, acrescenta.

Cielo e mais três nadadores brasileiros foram pegos no exame antidoping para uma substância proibida. O quarteto foi punido com uma advertência e perda das medalhas, tempos e certificados nas competições no Torneio Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

Em sua defesa, os atletas apresentaram provas de que a presença da furosemida encontrada nos exames antidoping foi fruto da contaminação do suplemento de cafeína que usam regularmente sob prescrição médica.

“O TAS concordou que os atletas foram cuidadosos e o que ocorreu foi apenas um erro”, afirmou então o advogado Haward Jacobs, que defendeu aos nadadores.

Agora, na cabeça de Cielo só está o objetivo de manter seu ouro olímpico nos 50 metros livres em Londres e tentar conquistar também uma medalha nos 100 metros, confessou.

Para isso aposta grande parte de sua estratégia na tática, um “segredo” que se recusa a revelar, confessa o brasileiro de 24 anos.

Cielo considera que a natação ficou muito tático na última década, o que fez da modalidade um esporte “mais complicado, mas também mais interessante”.


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Cielo: "Provei que sei nadar em qualquer condição"