A Fundação Carla Bruni-Sarkozy, dedicada à luta contra o analfabetismo, teria recebido irregularmente 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 8,2 milhões) do Fundo Mundial de Luta contra a Aids, a Tuberculose e a Malária, publicou nesta sexta-feira (06) revista francesa Marianne.

Segundo a revista, que publica neste sábado (07) o conjunto da investigação do jornalista Fréderic Martel, esse fundo, do qual a esposa do presidente francês é embaixadora, transferiu o dinheiro “à margem da legalidade, sem licitação, a pedido da primeira-dama da França e para várias empresas de um de seus amigos”.

Trata-se do músico e homem de negócios Julien Civange, acrescenta a publicação, conselheiro e testemunha de casamento de Carla Bruni com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O escândalo ao qual se refere Marianne e do qual ainda não dá muitos detalhes teria custado o posto ao embaixador francês sobre a Aids, Patrice Debré, uma vez que saiu à luz no conselho de administração que essa instituição realizou em Acra (Gana) no final de novembro do ano passado.

A diplomacia francesa, no entanto, atribui a saída de Debré a “uma mudança de posicionamento do fundo”, segundo o jornal Libération.

Além disso, e a pedido da secretária de Estado americana, Hilary Clinton, o diretor-geral do Fundo Mundial de Luta contra a Aids, o francês Michel Kazatchkine, deixará seu posto após as eleições presidenciais que acontecerão na França.

“Nicolas Sarkozy teria intervindo nesse sentido e ao mais alto nível em Washington”, publica a Marianne.

A emissora France Info assinalou que, “desde que o assunto explodiu no final de 2011, o Palácio do Eliseu fez cortar todo vínculo financeiro entre a fundação da primeira-dama e o fundo”.

Por sua vez, o fundo considerou em comunicado que o artigo é “inexato e embusteiro”, ressaltando que a campanha na qual Civange participou “ficou refletida no orçamento ordinário do fundo” e representa uma soma total de US$ 2,8 milhões (R$ 5,1 milhões), ou seja, menos do que a quantidade à qual se refere a revista.


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Revista acusa Fundação Carla Bruni de irregularidades financeiras