Os visitantes da exposição “Titanic – A 3,8 mil metros de profundidade” no Aquário de Mystic, em Connecticut, poderão experimentar as sensações vividas pelo oceanógrafo por Robert Ballard ao descobrir o navio, 73 anos após o naufrágio, com a remontagem de detalhes da noite do acidente como o iceberg e códigos Morse.

 

“É uma oportunidade única porque nos concentramos na descoberta, mostrando o material inédito desse momento de 1985, quando me transformei na primeira pessoa ao ver o Titanic depois do naufrágio”, explicou Ballard nesta quarta-feira (11) à “Agência Efe”.

Organizada pela Fundação de Pesquisa Submarina, a mostra foi concebida pelo desenhista de Walt Disney, Tim Delaney, e será exposta na mesma época do centenário do naufrágio. A exibição procura reviver a noite do naufrágio com o maior realismo possível.

Além do iceberg incandescente e frio ao tato, “para transferir a sensação da gélida e obscura noite do naufrágio”, como explicou Ballard, há ainda as mensagens em código Morse enviadas para outros navios advertindo sobre a presença de gelo na água.

Mais de 250 horas de filme de alta qualidade também serão mostradas para os visitantes vivenciarem o momento do descobrimento de Ballard. “Nesse instante tive duas reações. Uma profissional, de alegria e satisfação, mas a dominante era a humana. Senti dentro de mim que aquele lugar era muito especial e que merecia um grande respeito”, descreveu Ballard.

O explorador especialista em navios naufragados é um dos porta-bandeiras da tese de que os objetos do transatlântico devem permanecer no fundo do mar. “O Titanic é um túmulo, um monumento comemorativo”, enfatizou Ballard.

O oceanógrafo argumentou que a retirada de objetos não está destruindo só o navio, mas todo o lugar. “É necessário protegê-lo, já que, quando comparamos a prospecção do navio que fiz em 1985 e outra que realizamos quase duas décadas depois, comprovamos que os submarinos causaram danos”, declarou.

No entanto, Ballard apontou que a tecnologia atual oferece a possibilidade de o Titanic ser conservado durante muito tempo, “se deixamos de danificá-lo”, insistiu.


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Exposição viaja ao fundo do mar para descobrir o Titanic