Com um jogador a menos por cerca de 60 minutos, o Fluminense foi derrotado por 1 a 0 pelo Boca Juniors nesta quinta-feira no estádio La Bombonera, mas conseguiu se manter vivo na luta por uma vaga nas semifinais da Taça Libertadores ao resistir à pressão do hexacampeão continental.
Carlinhos foi expulso aos 30 minutos do primeiro tempo, e o Flu, que já teve vários desfalques importantes, se viu obrigado a se desdobrar para não sofrer mais gols. O grande nome da equipe foi o goleiro Diego Cavalieri, com defesas importantes. O camisa 12 só não evitou o gol de Mouche, logo no começo do segundo tempo.
Brasileiros e argentinos voltarão a se enfrentar às 19h30 (de Brasília) da próxima quarta-feira, no Engenhão. O time carioca precisará de uma vitória por dois gols de diferença para avançar.
Quem se classificar deverá pegar o vencedor do duelo entre Universidad do Chile e Libertad, que na quarta-feira empataram em 1 a 1 no Paraguai. No entanto, o chaveamento pode ser alterado caso mais de uma equipe do mesmo país se classifique.
Se Boca e Vélez Sarsfield – que pega o Santos – avançarem, o regulamento prevê que os dois se enfrentem. Por outro lado, se o Flu passar e o Santos não, o campeão carioca terá pela frente Vasco ou Corinthians.
Fluminense e Boca Juniors vêm alimentando uma rivalidade nos últimos anos. Em 2008, o time do Rio de Janeiro eliminou o de Buenos Aires na semifinal da Libertadores, com um empate em 2 a 2 fora de casa e uma vitória por 3 a 1 no Maracanã. Neste ano, ambos ficaram na mesma chave na fase de grupos e quem jogou como visitante levou a melhor: 2 a 1 para o Flu na Bombonera e 2 a 0 para o Boca no Engenhão.
Para o confronto desta quinta, o técnico Abel Braga teve vários problemas para escalar o time. Titulares, o volante Diguinho, o meia Deco e a dupla de ataque Wellington Nem e Fred estão machucados e não viajaram para a Argentina, assim como o também volante Valencia, que disputa posição com Edinho.
Com um bom elenco em mãos, Abel escalou quatro substitutos acostumados a torneios internacionais. Jean e Wagner entraram no meio-campo, e Rafael Sobis e Rafael Moura formaram a linha de frente.
No Boca, Julio César Falcioni teve como desfalques os volantes Ledesma e Somoza e o atacante Santiago Silva, que deram lugar a Rivero, Erbes e Cvitanich, respectivamente.
O Tricolor tentou não se deixar intimidar pelo caldeirão formado na Bombonera e levou perigo logo aos oito minutos do primeiro tempo. Rafael Moura atrasou para a chegada de Thiago Neves que cabeceou para dentro da área. Jean completou, e a bola raspou a trave direita.
No entanto, na sequência, o Boca passou a tomar conta do jogo e deu vários sustos na torcida do Flu. Aos 16 minutos, Riquelme cobrou falta, Roncaglia desviou e Diego Cavalieri defendeu de pé esquerdo. Um minuto depois, em chute do próprio Roncaglia, o goleiro soltou, mas Anderson apareceu para limpar.
Em mais uma jogada de bola parada, aos 21, Riquelme fez o levantamento, Mouche pegou a sobra e cruzou na medida para Cvitanich, que cabeceou perigosamente para cima.
O Fluminense passou a ter dificuldades para ficar com a bola e, quando atacava, não tinha muito a fazer. Sem opção, aos 26 minutos, Jean arriscou de longe, e o goleiro Orión apenas olhou.
Aos 34, aconteceu o que viria a causar sérios problemas para o time visitante. Carlinhos, que minutos antes havia dado um carrinho desnecessário no campo de defesa e levado cartão amarelo, interceptou um lance com a mão e acabou sendo expulso.
Já nos últimos minutos da primeira etapa, Cavalieri teve que brilhar. Aos 40 minutos, Mouche cortou dois marcadores pela direita e bateu no canto para defesa firme do camisa 12. Três minutos depois, Schiavi apareceu como centroavante e pegou bonito de primeira, mas o arqueiro tricolor fez linda defesa e evitou que o placar fosse alterado.
Ainda houve tempo para polêmica envolvendo o árbitro colombiano José Buitrago, muito criticado no primeiro jogo entre Emelec e Corinthians, ainda pelas oitavas de final. Aos 45, após desvio na primeira trave em cobrança de escanteio, Anderson arrematou de cabeça e, de costas, Erbes evitou o gol com a mão.
Se nos primeiros 45 minutos o Flu resistiu à pressão, o Boca fez 1 a 0 logo no começo da etapa final. Os visitantes até foram ao ataque no começo, mas logo aos sete minutos Cvitanich teve espaço no meio e adiantou para Mouche. Na cara do gol, ele tocou no canto e balançou a rede.
Em um bom contra-ataque, aos 13 minutos, Wagner foi derrubado na meia esquerda. Apesar dos vários especialistas em cobrança de falta em campo pelo Tricolor, Thiago Neves bateu e por cima.
O Fluminense conseguiu “cozinhar” o duelo por um bom tempo, evitando sustos para Cavalieri e ainda indo ao campo de ataque em algumas oportunidades. Em nova polêmica, aos 24 minutos, Schiavi pisou no pulso de Bruno, em frente ao auxiliar, que nada assinalou.
Cinco minutos depois, Cavalieri operou mais um milagre. Riquelme levantou da direita batendo falta, a defesa tricolor fez a chamada “linha burra” e deixou Schiavi em condições. O zagueiro concluiu com força, e o goleiro espalmou para cima.
Com boas trocas de passe e mostrando experiência, a equipe carioca era pouco incomodava, mas quase sofreu o segundo em uma jogada boba. Em saída errada, aos 43, a sobra ficou com Riquelme, que chutou firme em tirou tinta da trave esquerda.
Ficha técnica:
Boca Juniors: Orión; Roncaglia, Schiavi, Insaurralde e Clemente Rodríguez; Rivero, Erbes (Blandi), Erviti e Riquelme; Mouche e Cvitanich (Araujo). Técnico: Julio César Falcioni.
Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Edinho, Jean, Wagner e Thiago Neves (Digão); Rafael Sobis (Thiago Carleto) e Rafael Moura (Marcos Junior). Técnico: Abel Braga.
Arbitragem: José Buitrago (Colômbia), auxiliado por seus compatriotas Abraham González e Wilmar Navarro.
Cartões amarelos: Clamente Rodríguez e Erviti (Boca Juniors); Carlinhos, Thiago Carleto, Wagner e Edinho (Fluminense).
Cartão vermelho: Carlinhos (Fluminense).
Gol: Mouche (Boca Juniors).