Atrações do Rock in Rio Lisboa 2012


Créditos: Raphael Mesquita/Photo Rio News

Quase sem voz, suado e muito cansado. Assim acabou Bruce Sringsteen seu show, no encerramento da edição do Rock in Rio Lisboa com duas horas e meia de atuação.

O americano parecia ter esquecido que há apenas 24 horas antes estava fazendo show em San Sebastián (Espanha) e preferiu lembrar que se completavam 19 anos desde sua primeira e única visita a Portugal, para dar tudo de si em um espetáculo que terminou com o clássico Twist and Shout, dos Beatles, soando sob os fogos de artifício iluminando o céu de Lisboa.

Aos 62 anos, Springsteen voltou a demonstrar por que continua sendo The Boss: correu pelo palco, surrou as cordas de sua guitarra, se deixou tocar pelo público e cumpriu com todos os cânones do rock mais puro.

As costeletas, jaqueta de manga curta e lenço na cabeça de seus acompanhantes no palco fizeram honra à parafernália habitual, mas o conteúdo não ficou atrás, com Bruce vermelho, com a respiração entrecortada e fazendo soar suas guitarra e gaita.

Ao contrário do show em San Sebastián, o americano quase não tocou músicas de seu último disco, Wrecking Ball, e optou por repassar os maiores sucessos – a maioria dos anos 70 e 80 – de sua longa e frutífera carreira musical, com cerca de 20 álbuns.

The Boss mostrou ao que veio desde o começo do show e emendou quatro canções seguidas sem parar, antes de se dirigir ao público em português, lendo as palavras em um teleprompter.

A energia de Springsteen foi contagiosa e conquistou o público, que hoje abarrotou o recinto – 81 mil pessoas segundo números oficiais – e que foi esquentando à medida que o tempo de show passava, não se importando com a avançada hora em que terminou, quase 2h30 da madrugada (de segunda-feira, hora e data local).

Com um ou outro problema de som, a assistência não deixou de vibrar, especialmente com as músicas The Spirit, Because Tonight e The Rising.

Também houve tempo para homenagear o membro da The E Street Band, Clarence Clemons, falecido recentemente, com She Is The One, e na qual seu sobrinho, Jake Clemons, fez um solo de saxofone.

Springsteen, conhecido por sua faceta ativista, também teve tempo de lembrar as pessoas que perderam casa ou trabalho devido à crise econômica – especialmente severa em Portugal – antes de dedicar-lhes We Are All Alive, de seu último trabalho.

O artista americano emendou sem descanso algumas de suas melhores músicas, e não se esqueceu de tocar Thunder Road, The River, Born In The USA, Born To Run, Glory Days e Dancing In The Dark.

O cansaço do cantor era palpável quando se deixou cair ao chão, exausto, e um de seus companheiros jogou água nele para que “revivesse” e continuar ainda um pouco mais.

Springsteen só faltou imitar o vocalista dos britânicos do Kaiser Chiefs, Ricky Wilson, que apenas algumas horas antes tinha abandonado o palco para sair correndo – seguido pelos sofridos agentes de segurança – até chegar à torre na qual se instalou este ano uma tirolesa, para se agarrar a ela sem deixar de cantar.

O último dia do festival teve outro de seus pontos altos na atuação da banda de rock português Xutos e Pontapés, um dos grupos com mais sucesso em seu país e com o qual foram vividos alguns dos momentos mais emocionantes dos cinco dias de shows.

Metallica, Smashing Pumpkins, The Offspring, Linkin Park, Lenny Kravitz, Maroon 5, Stevie Wonder e Bryan Adams foram parte também de um Rock in Rio que reuniu mais de 300 mil pessoas e que no final deste mês acontece em Madri.


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Bruce Springsteen leva público à loucura no Rock in Rio Lisboa