Em um jogo morno, com muitos passes para o lado e apenas cinco finalizações certas em 90 minutos, a Espanha derrotou a França por 2 a 0 neste sábado na Donbass Arena, em Donetsk, e se classificou para as quartas de final da Eurocopa.

Graças a dois gols de Xabi Alonso, um em cada tempo, a atual campeã europeia e mundial venceu os ‘Bleus’ pela primeira vez em sete partidas oficiais e se colocou novamente entre as quatro melhores da Europa.

A ‘Fúria’ mantém o sonho de se tornar a primeira seleção a conquistar dois títulos continentais e a Copa do Mundo consecutivamente. A última vez em que a seleção foi eliminada de uma competição importante foi no Mundial de 2006, nas oitavas de final, justamente pela França.

O próximo adversário na luta pelo tri continental será Portugal, que eliminou a República Tcheca na última quinta-feira. O confronto entre o futebol coletivo espanhol e o talento de Cristiano Ronaldo está marcado para a próxima quarta-feira, também na Dombass Arena.

O técnico vencedor, Vicente del Bosque, continuou com dúvidas em relação ao ataque, e neste sábado voltou a colocar o time como na estreia na Euro, quando empatou em 1 a 1 com a Itália. Fàbregas começou atuando como um “falso nove”, e Fernando Torres voltou para o banco de reservas, mas entrou na etapa final.

Na França, Laurent Blanc fez quatro alterações em relação à equipe que perdeu para a Suécia na última terça-feira, a maioria delas do meio para frente. Nasri e Ben Arfa saíram para as entradas de Malouda e Reveillere, que atuou pela lateral direita e permitiu que Debuchy jogasse mais adiantado. Na zaga, o suspenso Mexès deu lugar a Koscielny.

Logo aos cinco minutos do primeiro tempo em Donetsk, houve polêmica. Fàbregas se enroscou com Clichy dentro da área e pediu pênalti, mas o árbitro italiano Nicola Rizzoli deu apenas tiro de meta para a França.

Os franceses jogavam recuados e apostavam em uma marcação forte e em lampejos de seus atletas mais talentosos, como Ribéry e Benzema. A ‘Fúria’, por sua vez, trocava passes com paciência até ter espaço para finalizar. Em uma dessas trocas, aos 13 minutos, David Silva abriu na direita para Arbeloa, que tentou o chute cruzado e fez feio, mandando em lateral no lado oposto.

No pé – e na cabeça – de outros atletas, as coisas deram certo para a Espanha aos 18 minutos. Iniesta fez ótimo lançamento na esquerda para Jordi Alba, que levou a melhor sobre a marcação e cruzou no segundo pau. Xabi Alonso cabeceou no canto direito e fez 1 a 0.

Depois do gol, a França acordou na partida e saiu um pouco mais para o ataque. Aos 30, Benzema recebeu no meio e ia dando um belo lençol em Sergio Ramos, que cometeu falta e levou cartão amarelo. Cabaye cobrou a infração e obrigou Casillas a se esticar todo para defender.

Para mostrar que estava viva no jogo, a atual campeã incomodou mais uma vez aos 37 minutos. Iniesta tabelou com Fàbregas e foi acionado dentro da área, mas, no momento de concluir, foi interceptado por Koscielny, que cedeu o escanteio.

Mesmo sabendo que precisava de pelo menos um gol para manter vivo o sonho do tri, os ‘Bleus’ não mostravam a agressividade necessária para empatar, e os espanhóis administravam a vantagem. O grande problema dos franceses era o passe, como aconteceu aos sete minutos. Ribéry tabelou com Benzema, mas o atacante devolveu mal, e Sergio Ramos recuperou para a Espanha.

Aos 15 minutos, enfim, houve uma finalização perigosa por parte dos franceses. Ribéry protagonizou um belo lance individual na ponta esquerda e levantou na área para Debuchy, que encobriu a meta por pouco. Na sequência, aos 16, Xavi colocou Fàbregas na cara do gol, mas Lloris saiu bem e parou o meia.

Os dois treinadores então mexeram nas equipes. Insatisfeito com a inoperância de Silva e Fàbregas, Del Bosque o sacou e colocou Pedro e Torres em campo. Já Blanc mexeu no meio-campo, trocando Debuchy e Malouda por Menéz e Nasri.

Com as trocas, a França ficou mais com a bola no pé, mas tinha dificuldades para se aproximar da meta de Casillas. Até que aos 25 Ribéry acelerou no contra-ataque, se enrolou, mas mesmo assim chutou cruzado para boa defesa do camisa 1 espanhol.

O jogo era morno, e os goleiros pouco apareciam. Quando Lloris apareceu, aos 37 minutos, foi em vão, já que Torres apareceu cara a cara, mas em posição irregular.

Sem ser incomodada, a ‘Fúria’ ainda marcou o segundo, aos 43 minutos. Pedro passou por Rami, entrou na área e foi parado com falta por Reveillere. Grande nome da partida, Xabi Alonso bate o pênalti com categoria, no canto direito alto, e “fechou o caixão” francês.

Ficha técnica:

Espanha: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso, Xavi, Iniesta (Cazorla) e David Silva (Pedro); Fàbregas (Fernando Torres). Técnico: Vicente Del Bosque.

França: Lloris; Reveillere, Rami, Koscielny e Clichy; Diarra, M’Vila (Giroud), Cabaye, Debuchy (Menéz), Malouda (Nasri) e Ribéry; Benzema. Técnico Laurent Blanc.

Arbitragem: Nicola Rizzoli (Itália), auxiliado por seus compatriotas Renato Faverani e Andrea Stefani.

Cartões amarelos: Sergio Ramos (Espanha); Cabaye e Menéz (França).

Gols: Xabi Alonso (2x) (Espanha).

Estádio: Dombass Arena, em Donetsk (Ucrânia).


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