Noé, com Russell Crowe e Anthony Hopkins
O ator neozelandês, naturalizado australiano, Russell Crowe que veio ao Brasil para o lançamento filme Noé, protagonizado por ele, participou de uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira e afirmou que “tende a acreditar” que a história do personagem bíblico é verdadeira, pois existem evidências geológicas e arqueológicas que comprovam a teoria do dilúvio.
Segundo Crowe, a produção dirigida por Darren Aronofsky mostra Noé como um homem comum que recebe um fardo como tarefa – construir a arca e garantir a sobrevivência da “pureza” ao fim do mundo castigado pelo Criador por causa da maldade que guiava as ações humanas. “Ele não podia decidir, apenas devia cumprir sua tarefa”, explicou o ator.
Por se tratar de um personagem que faz parte das escrituras sagradas de diversas religiões cristãs, além do islã e do judaísmo, o filme gerou polêmica. Sua exibição foi proibida em países muçulmanos como os Emirados Árabes, o Catar e o Bahrein, e enfrenta problemas no Egito, já que representar a figura de um profeta é considerado um desrespeito à religião de acordo com a explicação dada por Crowe durante a coletiva.
“Considerando toda a polêmica que o filme causou, ser convidado para encontrar o papa no Vaticano foi um ato muito gentil, um privilégio”, disse Crowe sobre o encontro com Francisco na última quarta-feira, quando o pontífice comemorou um ano da primeira missa de seu pontificado.
Sobre o processo de criação do personagem – baseado no aspecto físico e na compreensão da tarefa atribuída a Noé -, Crowe disse que no início tinha um conhecimento muito limitado. “Todo mundo acha que conhece a história de Noé e da arca, mas a maior parte do que se sabe vêm de livros feitos para crianças”, comentou.
“O melhor jeito de ver Noé é não subordiná-lo a nenhuma religião”, afirmou Crowe ao garantir que o filme, apesar de ter um toque épico e aventureiro, faz com que os espectadores reflitam, além de mexer com os sentidos da fé