“Nós e o Mar” reúne Roberto Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar (Foto: Leo Soares)

Concebido a seis mãos por Roberto Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar, o álbum “Nós e o Mar” chega às plataformas de streaming no próximo dia 14 de julho. Com participação especial de Leila Pinheiro, convidada do trio na versão de “Bye Bye Brasil” (Menescal/Chico Buarque), o disco celebra os 85 anos de Roberto Menescal, privilegiando versões instrumentais para parcerias do mestre da bossa nova com Ronaldo Bôscoli.

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A Roberto Menescal e seu violão inconfundível, somam-se o pianista Diogo Monzo (piano e teclados) e o multi-instrumentista Ricardo Bacelar (piano, teclados e percussão), que se revezam ainda nos arranjos.

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“O projeto nasceu por iniciativa da produtora cultural Fernanda Quinderé, que trouxe a proposta para o selo. Inicialmente, a ideia era gravar um álbum instrumental, mas depois resolvemos incluir três faixas cantadas. Nós gestamos este disco como uma homenagem ao Menescal e foi uma felicidade recebê-lo em meu estúdio, aqui em Fortaleza”, conta Bacelar, que produziu “Nós e o mar” com Quinderé para o selo que fundou, o Jasmin Music.

“Quando o Ricardo me convidou, a gente foi armando o repertório: ele deu algumas sugestões, o Diogo as dele e eu as minhas, mas algumas coisas nasceram na própria gravação do disco. Inclusive a ideia de eu cantar, que veio do Ricardo”, pontua Roberto Menescal, entregando a maior surpresa do projeto. “Eu perguntei a ele: ‘tem certeza’? Mas como a gente estava num clima legal, acabei botando voz em “O Barquinho” e “Ah! Se eu pudesse”, relembra, com bom humor. “Nós e o Mar” proporciona, portanto, a rara oportunidade de ouvir Roberto Menescal cantando duas joias de seu repertório. “A primeira e única vez que cantei ‘O Barquinho’ na minha vida foi no Carnegie Hall, em Nova Iorque, em 1962. Eu ia fazer outra coisa de violão e tal, mas o produtor me convenceu a fazer ‘O Barquinho’. Estreei e encerrei a minha carreira de cantor ali, no Carnegie Hall”, brinca.

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Já o pianista, compositor e arranjador fluminense Diogo Monzo, músico popular com a alma erudita, conheceu Roberto Menescal em 2017, quando lançou um álbum em homenagem ao pianista e compositor Luiz Eça. “O Menescal foi um dos primeiros a ouvir esse disco. Trabalhar com ele agora foi maravilhoso, um grande aprendizado. Menescal é um artista muito generoso e amável”, pontua Monzo, que assina os arranjos de “O Barquinho”, “Nós e o mar”, “Ah! Se eu pudesse”, “A morte de um Deus de sal” e “Copacabana de sempre”. “Eu busquei misturar nos arranjos linguagens ligadas à música erudita e à música popular. Fruto da influência que tenho de Luiz Eça, esse trabalho tem aspectos harmônicos ligados à música impressionista”, finaliza Diogo.

Ricardo Bacelar e Roberto Menescal se conhecem há tempos, desde que o músico cearense viveu no Rio de Janeiro, quando integrava o Hanoi Hanoi. São de Bacelar os arranjos para “Rio”, “Você”, “Vagamente” e “A volta”. O arranjo de “Bye Bye Brasil” é de Menescal e Ricardo. “Como produtor, a ideia foi preservar o suingue característico do violão do Menescal como pilar, e trazer uma informação nova à bossa nova, usando órgão Hammond e alguns teclados para dar uma textura mais contemporânea ao trabalho”, define Bacelar, que atuou nos dois lados do processo. “É sempre um desafio ser arranjador, músico e também produtor de um projeto, função que requer um olhar mais abrangente. “Nós e o Mar” vem enriquecer o catálogo do selo Jasmim Music, que segue investindo em música brasileira mais sofisticada. Já fizemos releituras de Gilberto Gil em “Andar com Gil” (com Delia Fischer), e agora nos debruçamos sobre a obra do Menescal”, conclui.

Além de estrear nas plataformas digitais, “Nós e o Mar” terá também edição física, em CD.


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“Nós e o Mar” reúne Roberto Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar