Marcola Bituca relança terceiro álbum com áudio remasterizado (Foto: Matheus Leite)

O rapper Marcola Bituca lança a nova edição de seu terceiro álbum, “Galo, a ciência do tambor”, no dia 30 de junho, através da Ruffo, disponível em todos os aplicativos de música. Com direção e produção musical de Marcelo Santana e Yan Santana (Aquahertz Produções), o disco explora sonoridades experimentais entre a percussão e o samba reggae. A nova edição apresenta áudio remasterizado, nova capa com foto de Matheus Leite e duas faixas inéditas, “Canções de Outra Cidade”, com participação de Everest e “Folhas” com participação de Pedro Pondé.

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“Galo, a ciência do tambor” é um álbum que traça um paralelo entre o homem e a percussão, fazendo referências ao Galo, animal visto em muitas culturas religiosas como elo de ligação entre o homem e o divino, sendo o ponto de vista do artista de que o mundo foi criado através da vibração, através do verbo, e que a percussão é o fragmento físico da criação na matéria. É impactante, forte e resistente. Traz a assinatura marcante e carregada de informação já conhecida do rapper. Mixado no estúdio Aquahertz, o disco vem acompanhado pelo documentário de mesmo nome, já disponível na página do youtube do artista.

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O álbum reúne diversos mestres da percussão baiana, personagens históricos que influenciaram na estética e na música de Salvador: Jorjão Bafafé, Mestre Jackson – um dos fundadores do movimento Samba Reggae, Mestre Marsal, além das participações de Ras Camundongo, o cantor e compositor Xauim e o rapper carioca Thiago Elniño.

O disco começa reverenciando a ancestralidade com “Lágrimas a Olorum – Manifesto”, trazendo a realidade do povo periférico, mostrando que o baiano vem ainda mais raiz, mais pra frente. A segunda faixa “Aquarela das Flores”, com participação de Xaium, traz uma poesia como arte de resistência, bem o estilo Marcola Bituca. Depois, “Santa Maria”, reflete a sociedade e dá sequência ao álbum.

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“Pacha Mama e o Deus Sol”, quarta faixa, aumenta a importância do rap como forma de arte-educação, deixando o gostinho de espalhar o ritmo pelo mundo. A quinta música, “Do lado da Terra”, a forma de compor remete aos clássicos poetas, refletindo a superação.

Dificil escolher o hit de “Galo, a ciência do tambor”, mas “Polindo Pedras” sexta canção, é uma forte concorrente pelo título, arranjos e balanço que apresenta. Marcola segue inspirado e dando voz a conscientização, em “Semop II”. Já em “Céu de Baunilja”, com participação de Thiago Elniño e “ Sol de Meia Noite”, dá espaço ao amor.

A décima faixa, “Galo”, traduz a força e virtude. E essa vibe continua em “Folhas” com participação de Pedro Pondé, mostrando que a amolada caneta de Marcola Bituca é a parceira ideal com a produção de Marcelo Santana. “Canções de Outra Cidade” traz Everest com participação e reforça o sentido presente no cotidiano. “Galo, a ciência do tambor” termina com “Tambores Para Uma Nova América”, com participação do parceiro DaGanja, e a certeza que o rapper baiano tem vez, voz e representatividade, que a potência das vozes negras são ouvidas em alto e bom som.

O disco carrega uma diversidade sonora além do rap, como o samba reggae e elementos percussivos oriundos do couro do tambor. O artista, baiano, de Salvador diz que essa busca por melodias próprias é fruto da capital plural, diversa e rica culturalmente.

Sobre documentário

O tambor sempre esteve presente na vida dos homens, seja um tambor para anunciar a guerra, para anunciar a trégua, seja um rito para chuva ou um funeral de um ente querido, o tambor sempre foi sinônimo de comunicação.

Quando viemos do oriente para o ocidente, trouxemos a magia do couro ancestral, e aqui no ocidente os caboclos e os tambores se fundiram, seja na capoeira e no Samba duro aqui na América do Sul ou no Jazz e no Break Dance na América do Norte, tudo unido por um elemento matemático, nessa equação divina, O Galo.

O Galo que em muitas culturas, é o animal que representa a força que liga o homem a Deus e Deus aos homens. Galo que canta para anunciar o dia, Galo que canta no cair da tarde. É o mesmo Galo que cantou para Mitra, o mesmo que atravessou o povo no Mar Vermelho, seu canto se ouve do Orum a AiYê; sendo assim o homem é o instrumento, o Galo a informação e o tambor a comunicação.

Galo, a ciência do Tambor.

Partindo desse ponto, o disco traz consigo um documentário, para que se trace uma cronologia da percussão na música baiana e brasileira. Esse documentário conta com diversas personalidades que marcaram época e que ainda contribuem para a compreensão do que é a percussão e a formação de consciência através da arte, figuras como Jorjão Bafafé que é o fundador do Afoxé Baduê, foi percussionista do Araketu, e do Mestre Jimmy Clif. Mestre Jackson (Um dos mestres fundadores do Samba Reggae, foi ele o diretor de bateria do Olodum e trouxe elementos como merengue para o bloco, esteve recentemente no documentário da banda BaianaSystem. Mestre Marsal , que esteve na gravação do disco Egito do Olodum, e Jorginho, atual diretor do Bloco Olodum.


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Marcola Bituca relança terceiro álbum com áudio remasterizado