“Queria ter sido muito mais”, diz Ronaldo Fenômeno no “The Noite” (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)

Um dos maiores atacantes da história do futebol mundial é o entrevistado de estreia da 10ª temporada do The Noite com Danilo GentiliRonaldo Fenômeno acaba de gravar sua participação na atração e dá declarações exclusivas no programa que vai ao ar nesta segunda-feira (13).

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Campeão com a Seleção Brasileira das Copas do Mundo de 1994 e 2002 e eleito três vezes o melhor jogador do mundo: 1996, 1997 e 2002, Ronaldo conta diversas curiosidades de seu primeiro mundial com a amarelinha, como as vezes em que o baixinho Romário o fazia pegar café e limpar suas chuteiras. Na época, o craque tinha apenas 17 anos e surgia como grande revelação do Cruzeiro. “O Romário sempre abusava dos garotos. Na época, o bullying era muito mais aceitável na sociedade, hoje em dia não é tão assim… Em 1994, eu olhava o Romário, observava ele a cada minuto do dia. Como se comportava, treinava, quando ele treinava (risos). Como ele se movimentava no campo, como lidava com a imprensa. O Romário foi um grande professor para mim. Até nos bullyings. Algumas coisas que fiz com ele até me arrependo, como pular o muro da concentração com ele na Copa América de 1997”.

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Recordando a Copa de 1998, o ex-atacante conta que, hoje em dia, enxerga o episódio da sua convulsão, antes da final contra a França, com outros olhos. “Foi um aprendizado incrível para mim. De um tempo para cá, eu enxergo muito diferente quando vejo aquela época. Copa do Mundo é uma pressão muito grande, Seleção Brasileira… Hoje em dia está muito atual a saúde mental dos atletas, não tinha absolutamente nada disso naquela época”.

Ao falar da campanha do pentacampeonato, em 2002, em Mundial disputado na Coréia do Sul e no Japão, Ronaldo não poderia deixar de comentar a respeito do famoso corte de cabelo ‘do Cascão’, revelando, inclusive, que o mesmo foi adotado para tirar o foco de uma lesão. “Aquele corte de cabelo foi tão fenomenal, mas não faria mais. Não era para ter feito, foi uma brincadeira. Fui no corredor e a molecada disse: ‘que coisa horrível, ridícula, tira isso, pelo amor de Deus’, Me desafiaram e eu deixei. Estava com uma dor no adutor e não sabia se iria jogar ou não. Me tratei o dia inteiro e eu fui para o campo com o corte. A notícia virou o meu cabelo. Ninguém falou do adutor. A proporção foi gigante, tiveram mães me atacando em todo lugar do mundo (risos)”.

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Durante a entrevista, ele ainda narra outros momentos curiosos, como o dia em que fez xixi em campo, além de histórias de bastidores. Ronaldo também relembra sua passagem pelos times europeus, desde sua primeira experiência no Velho Continente, no PSV Eidhoven, da Holanda, passando pelo Barcelona, o protagonismo e idolatria na equipe “galáctica” do Real Madrid, e quando atuou na Itália, pela Inter de Milão e Milan.

Claro que sua relação criada no último ato de sua carreira como jogador, no Corinthians, onde ganhou o Paulista e uma Copa do Brasil, não poderia ficar de fora da conversa. O ex-jogador, inclusive, não titubeia ao ser questionado por Danilo Gentili se o Palmeiras tem ou não Mundial. “Quero dizer que além do personagem Ronaldo Fenômeno e todo minha história, eu também sou um torcedor muito identificado com o Corinthians. Dito isso, não, o Palmeiras não tem Mundial, mas tem feito um trabalho impressionante”.

Mesmo com tantos títulos coletivos e individuais, que lhe garantiram o status de um dos atletas mais reconhecidos do mundo, Ronaldo revela que queria e poderia ter sido muito mais se não fossem as lesões. “Queria ter sido muito mais. Se não tivesse tido tantos problemas com os meus joelhos, acho que eu teria feito ainda mais. Acho que fiquei uns cinco anos ao todo afastado por causa das lesões. A vida de jogador de futebol não era fácil… Comparando com a atualidade, a gente vê o Messi, Cristiano Ronaldo, a consistência da carreira deles. Também sei que eles se cuidaram muito mais do que eu me cuidei, mas eu tenho muito mais histórias para contar do que eles dois juntos (risos)”.

Após encerrar a carreira, Ronaldo enveredou para o lado empresarial e hoje atua como dono de dois times: o Valladolid da Espanha, e o Cruzeiro, ambos, atualmente, na elite do futebol de seus países. O Fenômeno fala sobre o momento dos dois clubes e se pretende adquirir outros no futuro.

“Já tinha um tempo que eu pensava em continuar minha vida no futebol. Não queria ser treinador de jeito nenhum, acho que é uma profissão extremamente difícil e ingrata… Aí eu falei, ‘vou pra cima comprar um clube’ e fiz isso com o Valladolid, que deu super certo. Estamos fazendo um projeto incrível, com o time na primeira divisão. E agora tem o Cruzeiro, que, a partir do nascimento dessa lei da SAF, surgiu a oportunidade. Me joguei e falei: ‘Cara, sou capaz. Vou ressuscitar o Cruzeiro, fazer um investimento e vencer essa também”.


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“Queria ter sido muito mais”, diz Ronaldo Fenômeno no "The Noite"