Whitney Houston demonstrava o estado de espirito através do visagismo
O nome do momento é Whitney Houston, mesmo com sua morte precoce, a premiada artista continua gerando uma receita milionária na indústria cosmética, fonográfica e nos cinemas com a estreia de sua biografia intitulada “I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston”.
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Pensando nisso, a Mac Cosmetics lançou recentemente uma linha de produtos em homenagem à diva pop, com o nome de Nippy. Todos os produtos da linha incorporam a beleza icônica e o espírito glamoroso da cantora com tons e looks favoritos de Houston.
O filme traça a trajetória da cantora e é dirigido por Kasi Lemmons e protagonizado por Naomi Ackie. Para interpretar a personagem, a transformação da atriz em Whitney Houston não teria sido possível sem a ajuda do departamento de maquiagem do filme, que é assinado por Tisa Howard e tem como principal maquiadora JaNina Lee. Para elas, não se tratava de transformar Ackie na estrela pop. “Em vez disso, elas capturaram a aura da cantora, atriz e modelo e acentuaram algumas características de Ackie, no melhor estilo Whitney. Percebi, ao assistir ao filme, que os olhos receberam muito mais atenção, trazendo assim, maior expressão. Claro que os pontos altos da maquiagem no longa são aqueles momentos icônicos da cantora, em especial em suas performances ao vivo”, destaca o visagista Anderson Bueno.
“Tenho que confessar que nunca fui muito fã da cantora, apesar de ouvir e dançar muitas de suas músicas. Meu maior contato com o trabalho de Whitney Houston foi quando assinei o visagismo do show da cantora brasileira Thalita Pertuzatti em “Whitney Houston Forever”.Um show tributo à cantora. Mas ao assistir ao filme, fiquei curioso em conhecer mais sobre a vida e obra desta mulher que foi uma das mais talentosas e amadas artistas de todos os tempos. Sua voz e personalidade forte a tornaram um ímã para todos que a conheciam e ouviam, mesmo depois de sua morte em 2012. Muitos se encantam pela sua beleza e obra. Eu sou um deles”, completa.
No início de sua carreira no entretenimento, aos 14 anos, Whitney já estava ao lado de Chaka Khan, fazendo vocais de fundo na música “I’m Every Woman”. Muito antes de se tornar estrela da música pop, Houston trabalhou como modelo, apareceu em diversas edições de revistas como a Seventeen, nesta época, sua maquiagem ainda era bem leve, jovial, onde servia apenas para valorizar sua beleza natural. Em 1983, foi descoberta por Gerry Griffith, um produtor da Artista Records, quando se apresentava em um clube de New York. Seu álbum de estreia foi em 1985, auto-intitulado “Whitney”. Na capa, uma mulher jovem, linda com uma maquiagem bem iluminada, porém com um ar clássico e sofisticado.
Em 1986, para o Grammy, a artista aparece radiante em um vestido azul turquesa brilhante, uma verdadeira Cinderela. Maquiagem marcante, batom vermelho e cabelos longos, esvoaçantes, bem ao estilo anos 80. Já no seu segundo álbum, 1987, a artista se consagra como uma cantora pop, trazendo um de seus maiores sucessos, “I Wanna Dance With Somebody”. A capa do disco traz uma nova versão de Whitney Houston. Com cabelos desalinhados, maquiagem mais pesada, vestindo regata branca, dando um aspecto mais descontraído da artista.
“Para mim, o mais marcante é o look do videoclipe, onde ela usa cabelos cacheados, muito mais longos e descoloridos. Um look lembrado até hoje. Aliás, tivemos este como inspiração para o visagismo adotado por Karol Conká em seu último trabalho. Ainda em 87, ela apareceu em uma sessão de fotos promocional, com um vestido branco adornado por grandes hibiscos. Sensacional. Este mesmo voltou a ser usado por Carrie Bradshall na abertura do filme ‘Sex and City’ de 2008”, lembra Anderson Bueno.
“Um dos looks marcantes para mim, e que quando fui pesquisar, vi que se tratava do ano de 1991, foi um macacão estampado, com muita, mas muita lantejoula, que ela usou em uma apresentação em Londres. Em 1992, Whitney fez sua estreia no cinema, no filme “O Guarda-costas” e foi lançada à estratosfera. A trilha sonora marcante do filme, em especial a música tema, “I Will Always Love You”, composição de Dolly Parton, tornou-se um hino para os corações apaixonados. Já aqui, vemos uma mulher mais madura, com looks mais leves, mas sem abandonar a maquiagem que simplesmente valoriza a sua beleza”, ressalta o visagista.
No Billboard Music Awards de 1993, Whitney Houston surge totalmente fatal em um macacão vermelho de renda. Valorizando e ressaltando o desenho de seu corpo. Lembrava muito um dos looks de Lady Gaga. Já em 1999, exibiu-se deslumbrante no Soul Train Music Awards, trajando um vestido tomara-que-caia, simplesmente, sem palavras.
“Sempre falamos no visagismo, quais as cores que caem melhor para cada tom de pele. Chamamos isso de colorimetria, mas vendo os looks e maquiagens utilizadas por Houston, posso dizer que ela é uma das raras exceções que podem usar e abusar, sem medo, de tudo, pois todas as cores lhe caem bem. Mas ao contrário deste visual mais ‘clean’, se assim posso dizer, ainda em 99, ela apareceu no clipe de “It’s Not Right” e também na performance feita no Brit Awards, utilizando um corpete preto de couro e maquiagem pesada, com olhos marcantes, bem esfumados, batom quase uva, num estilo dominatrix”, destaca Bueno.
No Grammy de 2000, aparece escandalosamente rosa chiclete. Como dizer que ela não estava luxuosa? Na maquiagem, olhos bem esfumados e um batom vermelho intenso. Em 2001, ela vestiu um “básico” vestido preto longo-sereia, mas o detalhe, além de seus cabelos curtos, quase chanel, levemente bagunçado e maquiagem perfeita, a atenção, ficou para a estola roxa e rosa, que cobria seu corpo esguio.
As festas pré-Grammy não existiam sem a presença dela. Na festa de 2001, surgiu como uma deusa de ébano em um vestido bege cravejado de cristais. Na maquiagem, pele extremamente iluminada, olhos bem-marcados e esfumados e nos lábios um degradê de marrom com dourado. Ousada – “mas tenho medo dos batons dourados”, brinca o visagista.
Após um período delicado na vida pessoal, entre internações, abstinências e separação, Whitney Houston retorna ainda mais poderosa. A artista nos deixou em 2012, mas o estilo da cantora se tornou uma referência para artistas, fãs e estudantes de moda.
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