Para o diretor de novos negócios da NEWPROPERTIES, Henrique Haddad, o mercado imobiliário e a economia caminham em conjunto, como uma via de mão dupla para ambos. “Ao mesmo tempo que o mercado imobiliário pode impulsionar a economia (tanto em termos de geração e emprego, quanto crescimento/PIB), uma economia saudável é essencial para o bom desempenho do mercado imobiliário (juros, inflação, confiança do consumidor”, avalia.
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Para comprovar as relações entre os setores, Haddad analisa as influências da taxa de juros, desemprego, PIB, confiança do consumidor e inflação da construção civil. “O mercado imobiliário depende de economia positiva para crescer e a economia depende da confiança do consumidor para comprar. Ou seja: eles são 100% correlatos entre si”, explica.
Taxa de juros
Sob a ótica de demanda, o mercado tem uma correlação muito importante com a taxa básica de juros da economia, a Selic. “À medida que o cliente depende de financiamento, quanto maiores os juros, mais difícil o cliente tomar a decisão de compra. Isso porque grande parte do preço do imóvel está embutido em quanto ele vai pagar de juros no financiamento”.
A influência dos juros é tanta que o mercado imobiliário bateu recordes em 2020 e 2021, com aumento em contratos de financiamentos e crescimento nos lançamentos das construtoras. O motivo principal foi a queda dos juros que atingiu a mínima histórica em 2%, entre os meses de setembro e março desses anos.
A taxa influencia diretamente na contratação de crédito, tanto que ocasionou a redução dos custos para financiar imóveis neste período. Construtoras, bancos, imobiliárias, fintechs e o próprio consumidor se beneficiaram.
Portanto, quando o assunto é taxa de juros, conforme o diretor da NEWPROPERTIES, a economia influencia o mercado imobiliário.
Desemprego
O mercado imobiliário emprega cerca de 10% da mão de obra do brasileiro atualmente no setor de construção civil. “Desta forma, o desemprego é relevante para esse mercado, uma vez que quando a demanda é maior, se constrói mais e automaticamente mais empregos são gerados”, afirma.
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor da construção civil fechou o primeiro semestre deste ano com a criação de 184.748 novos empregos formais. Considerando as séries do Caged e do Novo Caged, esse número é o maior para o período desde 2012 (205.907). Das vagas geradas, 85.131 foram na construção de edifícios, 63.066 nos serviços especializados para a construção e 36.551 em obras de infraestrutura.
“Aqui, se vê o mercado imobiliário influenciando a economia positivamente”, pontua Henrique Haddad.
PIB
De acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas), 2022 está sendo outro ano de crescimento expressivo para a construção, que continua surpreendendo com projeção de crescimento de 5,9%. Os números dos primeiros meses já tinham promovido a revisão da projeção para 2022, que agora, com o desempenho excepcional do segundo trimestre, teve nova melhora.
No segundo trimestre, houve aceleração do PIB setorial, que alcançou, em 12 meses, variação de 10,5%, superando a taxa alcançada em 2021. Com esse resultado, o PIB do setor irá superar o nível pré-pandemia (2019) em quase 9% e diminuir a distância para o pico registrado em 2013 (-21,7%).
“O PIB em crescimento nada mais é do que o mercado de construção civil igualmente em ascensão, considerando que uma parte importante do PIB total vem da construção civil. Assim se vê o mercado imobiliário mais uma vez impactando a economia”.
Confiança do consumidor
A decisão por comprar um imóvel é, em muitos casos, pautada pelo impulso, como qualquer bem que se consome. “Trata-se de uma decisão racional, porém baseada no desejo de compra e, por isso, relacionada com a confiança do consumidor”, comenta Henrique Haddad.
Condições econômicas menos favoráveis do país – ambiente com inflação e juros altos, incerteza política, quadro fiscal incerto, questões sociais conturbadas e PIB sem crescimento, em geral, costumam abalar a confiança do consumidor.
“Confiança abalada, consumo menor”, dispara o diretor. “Igualmente, ter a confiança elevada aumenta o poder de decisão pela compra, neste caso, com a economia influenciando o mercado imobiliário”, avalia.
Inflação (da construção civil)
A inflação da construção civil é caracterizada quando o consumidor, na ponta final da cadeia, perde poder de compra. Isso ocorre quando o aumento dos custos, mão de obra e matéria prima é repassado para o comprador. “Vimos isso nos últimos dois anos com mais afinco, e olhamos para o consumidor que antes podia comprar 100 metros, hoje está comprando 70 metros. Mas, as expectativas são otimistas”.
De acordo com o IBGE, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) foi de 0,38% em outubro, 0,06 ponto percentual abaixo da taxa de setembro (0,44%) e a menor taxa desde julho de 2020. O acumulado nos últimos doze meses foi para 12,41%, resultado pouco abaixo dos 13,11% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. O acumulado no ano fechou em 10,64%.
“Um segmento é tão atrelado ao outro que se torna difícil relacionar quem está impactando quem. A certeza que nos enche de esperança é que o mercado imobiliário no Brasil é sólido e resiliente, configurado como uma classe de ativos consolidada”, finaliza Henrique Haddad.
outubro, 0,06 ponto percentual abaixo da taxa de setembro (0,44%) e a menor taxa desde julho de 2020. O acumulado nos últimos doze meses foi para 12,41%, resultado pouco abaixo dos 13,11% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. O acumulado no ano fechou em 10,64%.
“Um segmento é tão atrelado ao outro que se torna difícil relacionar quem está impactando quem. A certeza que nos enche de esperança é que o mercado imobiliário no Brasil é sólido e resiliente, configurado como uma classe de ativos consolidada”, finaliza Henrique Haddad.
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