Theo Bial é um dos expoentes da nova geração da MPB

“Meu pai me mostrou. Minha mãe me incentivou. Meus pais me guiaram”. Reconhecimento de filho aos pais hoje em dia não é algo mais tão normal de se ver, nem de se ler. Ainda mais quando se é filho de famoso.

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Mas por trás de um grande pai e de uma grande mãe, sempre há um grande filho. De sobrenome forte e destacado no jornalismo brasileiro, Theo, mais um Bial a nos aquecer com tamanho conhecimento e cultura, é um dos novos expoentes da música popular brasileira.

Theozin, nome artístico usado até pouco tempo atrás, ficou realmente para trás. Theo Bial chega com sonoridade mais experiente, robusta, mas ao mesmo tempo delicada e reflexiva. O lançamento do EP “Pra Sonhar”, no último dia 14, já é sucesso nas plataformas de streaming.

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“Pra Sonhar é um processo novo de produção, mais orgânico, intimista, voz e violão. Com muita influência mesmo da Bossa Nova, que admiro bastante, e no Jazz”, conta Theo ao telefone, com muito entusiasmo, o mesmo que tive quando ouvi seu novo projeto.

A Bossa Nova da Vida Nova e Antiga

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A Bossa Nova, por muitos jovens desconhecida (infelizmente), sempre esteve presente na vida de Theo Bial. E a influência veio diretamente do pai, Pedro, admirador assíduo do trabalho de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e, sobretudo, João Gilberto.

“Sempre gostei de todos os estilos, mas Bossa teve um quê a mais na minha vida. Meu pai me mostrou João Gilberto quando eu era criança e sempre admirei cada vez mais. João, inclusive, deveria ser mais valorizado no nosso país. Mudou nosso jeito de cantar. Levou nosso nome para fora, incrível”, afirma Theo.

O estilo é marcante nas faixas de “Pra Sonhar”, inclusive na composição de Theo com o pai, “Mais Uma Vez”, que ainda tem a companhia de Gabriel Miranda na letra. A canção tem uma sonoridade ímpar, melancólica da Bossa, mas ao mesmo tempo muito reflexiva, sobre um amor partido.

Theo garante que, “conscientemente”, as composições do novo projeto não tiveram a tristeza do momento pandêmico presentes nas letras, mas inconscientemente, alguns encaixes se fazem presentes. “Acredito que várias partes das letras ajudam a refletir também sobre nosso momento”.

Filho de peixe, peixe grande se tornarás

A admiração de Theo pelo pai, Pedro, e pela mãe, Giulia, é notável em nossa conversa. Ele fala com orgulho dos momentos marcantes em que os dois contribuiram para seu gosto e desenvolvimento.

“Meu pai me agregou muito. Sempre me incentivou e me ensinou a fazer tudo com amor. Ele enxerga sempre por essa vertente, quanto mais amor no trabalho, sempre se tem a melhor versão dele”.

Sobre a mãe, Theo acredita que Giulia Gam, renomada e notável atriz, foi preponderante para ele seguir a carreira de músico. “Ela sempre quis me ver na música. Quando eu era menor, vivia chegando nos lugares em que tinha um som e pedia para deixar eu cantar um pouquinho ou mostrar algo”.

Theo não liga em receber críticas e nem se faz sucesso, na mente de outros, que fique bem claro, pelo sobrenome famoso. “Conhecimento nunca é demais. Estudo muito. Essa questão de críticas cada vez menos me afetam. Vou ser reconhecido pelo que eu sou. A minha verdade sempre vai prevalecer”.

Despeço-me de Theo ao telefone com a certeza de que o filho de Pedro será muito ainda lembrado pelo próprio pai como sou pai de Theo e pelos amantes da música como o Bial da música popular brasileira…


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De Theozin a Theo: o Bial por trás de um expoente da música brasileira