Em janeiro de 1993, quatro mulheres subiram ao palco do finado festival Hollywood Rock e deixaram uma multidão de boca aberta com a ‘sonzeira’ que fizeram. O L7 roubou a cena daquela edição e mostrou que é possível uma banda feminina ser tão poderosa quanto as masculinas. Era punk, metal e grunge. Tocava nas rádios e nas MTVs do mundo todo.
Após milhares de álbuns vendidos e hits inesquecíveis como Pretend We’re Dead, Shitlist e Monster, a banda entrou em hiato no ano 2000 para voltar com tudo em 2014. Agora, Donita Sparks, Jennifer Finch, Suzi Gardner e Dee Plakas retornam ao Brasil para shows dia 1 de dezembro no Rio de Janeiro, 2 em São Paulo (com Soul Asylum), 4 em Porto Alegre, 5 em Curitiba e 6 em Belo Horizonte.
Pelo telefone, a simpática vocalista e guitarrista Donita Sparks contou ao Virgula como se sente em voltar ao Brasil após 25 anos. Ela também falou em como é ser inspiração para outras gerações de mulheres na música: “A nossa maior satisfação é ver as pessoas se inspirarem em nós. As garotas nos veem e dizem: ‘Sim, nós também podemos fazer isso! Podemos ter uma banda de rock!”.
Confira a conversa toda abaixo:
Em poucos dias o L7 estará no Brasil. Como está a sua empolgação?
Donita Sparks: Não vejo a hora de colocar os pés no Brasil. E não sei quem está mais empolgado: se somos nós ou os nossos fãs brasileiros, pois nesses anos recebemos milhares de mensagens dizendo para voltarmos ao país, o tempo todo. Por isso acho que será um reencontro especial.
Vocês tocaram no Hollywood Rock há 25 anos. Você se lembra daqueles shows?
Sim! Tocamos nesse festival enorme com bandas e músicos que somos fãs e amigos até hoje (O L7 se apresentou na mesma noite em que o Nirvana). Também descobrimos o quanto os brasileiros são apaixonados por música e pelo rock n’ roll. Foi uma das maiores experiências que tive na vida.
E como está sendo tocar novamente com o L7? Fazer turnês…
É gratificante! A música nos mantém unidas. Estamos tendo momentos incríveis tocando ao redor do mundo novamente, nos divertindo e chutando tudo. Você sabe, às vezes sair em turnê é um saco, mas a música deixa tudo melhor e mais divertido. É a nossa razão de viver.”
Você sabe que os fãs esperam muito um álbum novo…
Ótimo, porque estamos no estúdio neste exato momento gravando o novo álbum. As músicas estão incríveis e tenho certeza que os fãs vão gostar do novo material.
Os shows no Brasil terão músicas novas?
Tocaremos os singles que lançamos esse ano, ‘I Came Back to Bitch’ e ‘Dispatch From Mar-A-Lago’. Nos shows vamos priorizar em tocar as conhecidas, aquelas que todo mundo quer ouvir. Faz mais de duas décadas que não vamos ao Brasil, temos que tocar o máximo de canções que conseguirmos (risos).
L7 no Hollywood Rock de 1993
Os shows do L7 têm atraído jovens também e não apenas os fãs antigos. O que você acha disso?
Eu fico muito feliz quando vejo jovens em nossos shows, porque é uma das razões de termos voltado com a banda. Os jovens precisam conhecer o L7. Nós nunca ganhamos muito dinheiro e não voltamos por dinheiro. A nossa maior satisfação é ver as pessoas se inspirarem em nós. As garotas nos veem e dizem: ‘Sim, nós também podemos fazer isso! Podemos ter uma banda de rock’. Não há melhor sensação do que essa.
Nas últimas décadas o número de mulheres na música aumentou bastante. Vocês se acham responsáveis por isso?
Da mesma forma que eu fui inspirada por mulheres maravilhosas na música, acho que acabamos influenciando muita gente também. Quando uma mulher vê outra fazendo algo que a toca de um jeito emocional, a energia é muito forte. O encorajamento e a inspiração vem na hora.
Quem você se orgulha de ter inspirado?
A Brody Dalle, do The Distillers, foi bastante influenciada pelo L7. Ela mesma nos disse isso na nossa frente e também participou do nosso documentário ‘Pretend We’re Dead’ para falar sobre isso. Eu acho demais termos influenciado tantas mulheres incríveis de atitude que criaram as suas próprias bandas superpoderosas”.
Não sei se você sabe, aqui no Brasil nós temos várias bandas de mulheres inspiradas por L7.
Que ótimo! Eu tenho grandes amigas do CSS [Cansei de Ser Sexy]. Eu gostava muito da banda e é triste que não estejam mais juntos, pois eram muito bons. Atualmente, tenho um projeto musical com a Carol, ex-CSS, em que tocamos covers do Lou Reed. Mas, também quero aproveitar essa ida ao Brasil para conhecer mais bandas.
SERVIÇO:
L7 no Rio de Janeiro
Data: 1 de dezembro de 2018
Local: Circo Voador – Rua dos Arcos, s/n – Lapa
Horário: 19 horas
Ingresso: carrinho.tudus.com.br/circo-voador
Censura: 16 anos
L7 e Soul Asylum em São Paulo
Data: 2 de dezembro de 2018
Horário: 18 horas
Local: Tropical Butantã – Avenida Valdemar Ferreira, 93 – Butantã
Ingressos: www.clubedoingresso.com
Censura: 16 anos
L7 em Porto Alegre
Data: 4 de dezembro de 2018
Local: Bar Opinião – Rua José do Patrocínio, 834 – Cidade Baixa, POA/RS
Ingressos: www.blueticket.com.br
Censura: 16 anos
L7 em Curitiba
Data: 5 de dezembro de 2018
Local: Hermes Bar – Rua Engenheiros Rebouças, 1645 – Rebouças, Curitiba/PR
Ingressos: www.diskingressos.com.br
Censura: 16 anos
L7 em Belo Horizonte
Data: 6 de dezembro de 2018
Horário: 20 horas
Local: Music Hall – Avenida do Contorno, 3239 – Santa Efigênia, BH/MG
Ingresso: www.queremos.com.br/concert
Censura: 16 anos
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