O DJ e produtor Bruno Martini é um dos grandes talentos que vem despontando na música eletrônica atual. O paulistano divide com Alok e Zeeba a parceria do sucesso mundial Hear Me Now e remixou a faixa Velha Infância, dos Tribalistas. Também tem feito os plays das plataformas de streaming aumentarem intensamente com as tracks autorais Sun Goes Down, Road, Living on The Outside e várias outras. Ao todo, soma mais de meio bilhão de cliques.
Bruno tem chamado a atenção dos maiores nomes da eletrônica, o que tem rendido parcerias incríveis. Além da participação de Timbaland em Road, o DJ russo-alemão Zedd pediu para que o brasileiro remixasse a faixa The Middle. O remix foi lançado no início de setembro.
O DJ também representou a bandeira verde e amarela na Europa, tocando por dois meses no velho continente e colocando a galera pra dançar nos festivais Tomorrowland e Misteryland. “É muito legal quando fazemos as nossas músicas aqui no Brasil e vemos a reação da galera do mundo inteiro curtindo, cantando e valorizando o que fazemos”, diz ele em entrevista ao Virgula. E, acrescenta: “O mercado internacional vê um grande potencial nos DJs brasileiros”.
Na conversa, Bruno ainda aproveita para falar da ascensão da música eletrônica no Brasil (“‘Hear Me Now’ abriu muitas portas”), do remix para os Tribalistas (“Fiquei com receio no início porque é uma canção icônica”) e sobre o seu novo álbum a ser lançado em 2019 (“Será o trabalho da minha vida”).
Confira abaixo o papo completo:
Virgula: como foi se apresentar em grandes festivais como Tomorrowland e Misteryland?
Bruno Martini: Foi incrível e também um tempo de muito aprendizado. Esse ano eu toquei em um palco chamado ‘Sexy by Nature’ no Tomorrowland, na Bélgica, e no palco principal do Mysteryland, na Holanda.
Como você acha que o mercado internacional vê os Djs brasileiros atualmente?
O mercado vê um grande potencial na gente, e isso ficou muito claro pra mim nesse tempo que passei tocando fora do Brasil. Tive um experiência que me marcou muito: em um festival na Macedônia, toquei ‘Road’ e todo mundo cantou a música. ‘Sun Goes Down’, com a Isadora nos vocais, foi outra que sabiam de cor. A gente acaba vendo só os números e não tem a real dimensão do que isso significa.
Hoje a música eletrônica divide as paradas de sucesso no Brasil ao lado do sertanejo e do funk. O que você acha dessa ascensão do estilo no país?
Está sendo muito legal ver esse crescimento da música eletrônica do Brasil e dos DJs brasileiros mundo afora. Vale ressaltar que a ‘Hear Me Now’ abriu muitas portas. Foi a primeira vez que uma música eletrônica feita por brasileiros e cantada em inglês ficou em 1º lugar nos serviços de streaming, tocou nas rádios, etc…Ela ajudou muito.
Como foi remixar Velha Infância dos Tribalistas?
Quando remixo alguma música ela precisa significar algo pra mim, e preciso sentir que vou agregar algo a ela. Quando os Tribalistas pediram para eu remixar ‘Velha Infância’, fiquei com receio no início porque é uma canção icônica e de grande significado para as pessoas. É complicado mexer em algo tão grandioso assim. Mas, ao mesmo tempo ela significa muito pra mim também pois me faz voltar à infância, de quando eu ouvia a canção. Tem até vídeo meu criança cantando ela. Então, eu topei.
Qual seria a parceria musical dos sonhos?
Eu adoraria ter o Timbaland novamente. Já trabalhamos juntos algumas vezes, inclusive na música ‘Road’. Ano que vem vou lançar o meu álbum, que será o trabalho da minha vida, e o Timbaland participa em algumas faixas produzindo e cantando. Mas, gostaria de chamar o Drake para participar de uma track minha, sou muito fã dele.
Bruno Martini no Tomorrowland 2018