© Breno Galtier Photography

(Foto: Breno Galtier/ divulgação) Scalene

O Scalene, uma das bandas promissoras do novo rock nacional, alcançou tudo o que almejou até agora. Com menos de dez anos de estrada, os rapazes de Brasília tocaram nos maiores festivais do país, Lollapalooza e Rock in Rio, fizeram shows no exterior e possuem um Grammy Latino em mãos de ‘Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa’. Também acabaram de lançar o quarto álbum de estúdio, magnetite (com o título escrito em caixa baixa mesmo), e se preparam para fazer o show de lançamento do disco neste domingo, 26, no Cine Joia, em São Paulo.

2018 vai ser uma espécie de recomeço“, diz Tomás Bertoni em exclusiva ao Virgula sobre as metas traçadas pela banda lá no início de 2014 e concluídas em 2017. Na conversa, o guitarrista também comenta o caminho musical do grupo, que já pode ser sentido em magnetite: “As músicas vão evoluindo junto de nós“, e fala da experiência de tocar recentemente no Canadá, onde as letras em português soavam como idioma alienígena para o público local: “É bem interessante voltar a fazer shows onde quase ninguém na plateia conhece as músicas e, nesse caso, também não entendem a letra. É bom sair da zona de conforto e sempre que possível saímos”. 

Do show no Rock in Rio 2017, Bertoni relembra que o saldo foi dos mais positivos. Sendo o grupo de rock nacional mais novo da edição a se apresentar no Palco Mundo, havia o risco da desaprovação do público que está acostumado com bandas clássicas. “Fizemos um bom show e fomos bem recebidos. Importante ter artistas novos em festivais assim“, diz ele e complementa: “O Scalene, por mérito ou sorte, nunca teve muito hater. Em geral, mesmo quem não curte fica de boa“.

Confira o papo completo abaixo:

Scalene argila por Breno Galtier menor (1)

(Foto: Breno Galtier/ divulgação) Scalene

Virgula: Em magnetite vocês procuraram apresentar um novo Scalene ou continuam sendo o mesmo?

Tomás Bertoni: Foi uma evolução gradual sempre explorando novas influências e amadurecendo o som. Temos a nossa essência bem clara ao longo da carreira, mas as músicas vão evoluindo junto de nós.

Em algumas músicas de magnetite percebe-se uma influência de música brasileira, principalmente nas melodias vocais. Vocês concordam? O que andaram ouvindo como referência?

Com certeza. Ouvimos os clássicos desde crianças e descobrimos melhor o Vitor Ramil no ano passado. Nossa geração da música brasileira tá incrível e tem nos influenciado bastante. Temos uma playlist no Spotify chamada Explorando, com bastante coisas que temos ouvido.

Vocês tocaram no Canadá recentemente. Como foi a recepção do público e a aceitação com uma banda de rock cantando em português?

Foi muito boa. Curioso que já chegamos lá com muita gente ligada na gente e com as expectativas bem altas (risos). Também foi incrível conhecer brasileiros e brasileiras que moram lá, curtem Scalene e foram aos shows. Nos sentimos em casa. Sobre a língua, de fato a galera acaba não entendendo a letra, mas fica diferente, ainda mais em um festival.

Internacionalizar a banda é uma ideia ou o foco é no Brasil mesmo?

Foco é total aqui. As vezes que tocamos fora foi mais para sentir, ter a experiência, nos inspirar. É bem interessante voltar a fazer shows onde quase ninguém na plateia conhece as músicas e, nesse caso, também não entendem a letra. É bom sair da zona de conforto e sempre que possível saímos. No futuro devemos planejar algo mais contundente e organizado pra fora, talvez focado mais em América Latina e Portugal. E as experiências que já tivemos com certeza nos vão ser úteis.

Vocês tocaram no Palco Mundo do Rock in Rio. Normalmente os grupos mais novos que se apresentam no festival acabam recebendo certa desaprovação do público que está acostumado com artistas conhecidos. Vocês sentiram essa dificuldade ou pressão em agradar a plateia?

O Scalene, por mérito ou sorte, nunca teve muito hater. Em geral, mesmo quem não curte fica de boa. No Rock in Rio estávamos bem à vontade, sabíamos que tinha uma galera lá pra nos apoiar e curtir com a gente. Estávamos bem preparados e com a nossa equipe maravilhosa de sempre. Falamos sobre como seríamos recebidos, mas o foco sempre foi fazer o nosso melhor. Se as pessoas vão gostar ou não, tá fora do nosso controle. Fizemos um bom show e fomos bem recebidos. Importante ter artistas novos em festivais assim.

Como vocês definem o Scalene antes e depois do Rock in Rio? Com qual sentimento vocês saíram do palco?

Depois do show falei para os meninos que 2015 tinha finalmente acabado. Tínhamos várias metas que foram traçadas ainda em 2014 que começaram a se concretizar no início de 2015, com o Lollapalooza. Uma das metas era de tocar no Lolla em 2016 e no Rock in Rio em 2017. Lolla veio em 2015. Depois entramos em um turbilhão que nos rendeu bons frutos, mas que não foi fácil e senti que esse turbilhão acabou depois do RiR. Estamos na correria até o fim do ano, mas 2015 acabou e em 2018 vai ser uma espécie de recomeço.

O Scalene tem menos de dez anos de carreira e já possui um Grammy Latino. O quão importante é isso para a banda?

O Grammy é massa porque o próprio mercado vota em você – colegas músicos, produtores, empresários, jornalistas e etc. É gratificante o reconhecimento. Uma conquista legal para por no release. A família fica feliz, é uma desculpa boa pra ir pra Las Vegas (que nem é tão legal). O magnetite é melhor que o Éter, então, teoricamente, temos boas chances de estar lá de novo ano que vem (risos).

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SERVIÇO:

Scalene lança magnetite no Cine Joia @ São Paulo – SP
Data: 26 de novembro, domingo
Horário: 17h (abertura da casa)
Local: Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade, São Paulo – SP
Ingressos: de R$ 40 (terceiro lote; meia-entrada; pista) a R$ 120 (preço único; Full Experience) pelo site Eventbrite
Classificação etária: 18 anos.

Shows Internacionais no 2º semestre de 2017

2 de dezembro - São Paulo
2 de dezembro - São Paulo
Créditos: Divulgação

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Scalene lança álbum e finaliza ciclo: '2018 será uma espécie de recomeço'