Se você não entende nada de vinho, mas adora beber: esse texto é para você. Afinal, com certeza você já deve ter notado que o rótulo do vinho vem cheio de informações e, sim, elas devem ser levadas em consideração na hora da compra, tá?!
Para ninguém mais ficar confuso, o sommelier Rodrigo Bertin, especialista em harmonizações e criador do projeto Vinho Mais, ajudou o Virgula a ensinar a diferença entre rótulos de vinhos e deu um “guia” pra não errar na escolha.
“O primeiro passo é verificar se é um vinho do velho mundo, ou seja, a Europa, ou do que chamamos de novo mundo, que são todos os outros continentes, incluindo Ásia e Oceania”, explicou.
Os vinhos franceses, italianos, e de outros países da Europa, trazem o nome da vinícola em destaque. “Os rótulos dos vinhos dos continentes americano e africano, por exemplo, geralmente nomeiam o vinho e o usam como marca, deixando o nome da vinícola em menor destaque, mais embaixo, enquanto os europeus apenas se orgulham do nome da vinícola”, explica.
“Normalmente os rótulos do velho mundo não colocam nem mesmo a uva utilizada, pressupondo que o consumidor vai saber qual é só de ver a região, diferente dos rótulos do novo mundo, que sempre indicam se é Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec, entre outras”, ensinou o sommelier.
Rodrigo Bertin conta também que os vinhos da Europa costumam ter uma sigla que funciona como Apelação de Origem. “A sigla DOCG, por exemplo, significa Denominação de Origem Controlada e Garantida, e indica uma qualidade criteriosa de avaliação do vinho”, explicou, destacando que as bebidas de outros lugares do mundo costumam não ter a sigla, que também pode ser IGT (ou IGP) e DOC (ou DOP) na Europa.
Reserva ou Reservado?
O especialista explicou que os vinhos podem apresentar classificação de qualidade como Reservado – exceto na Europa -, Varietal, Roble, Crianza, Reserva, Gran Reserva, e, por último, a classificação Premium ou Reserva Especial. “Os rótulos europeus seguem regras muito rígidas do governo dos países, que controlam a qualidade do vinho que consta essas classificações, mas no caso dos demais continentes, o padrão é menos rígido e pode haver variação na qualidade apesar do nome”, explicou.
Para facilitar, os vinhos que vem com o termo Reservado é um vinho simples, sem estágio em barricas de madeira, sem complexidade. Muitos enólogos e sommeliers, dizem que o termo é apenas para confundir a cabeça dos consumidores, já que é só um vinho produzido em grande quantidade, sem padrões rígidos de qualidade. Já o Reserva indica um vinho que passou por algum período de amadurecimento em barris, além do envelhecimento na garrafa.
Entre o Reservado e o Reserva, existe o Varietal, que tem apenas um tipo de uva. Depois desses três, vem o Gran Reserva, que costuma ser o melhor vinho produzido naquela vinícola. Outro ponto é que engana-se quem vê o termo Crianza em um rótulo e acha que se trata de um vinho jovem. Geralmente, significa dizer que a bebida envelheceu 24 meses antes de ser vendida e ficou ao menos seis meses em barrica.
No entanto, o especialista destaca que as regras apontadas são apenas convenções, e podem variar conforme a marca. “Um produtor de vinho pode criar o rótulo que achar melhor, mas a maioria segue um determinado padrão”, contou Rodrigo Bertin.
O que mais precisamos saber?
Independente da origem, do tipo e da qualidade do vinho, existem algumas informações comuns a todos os rótulos. “A primeira delas é a safra, que mostra de que ano é o vinho”, explicou o sommelier, alertando que 80% de tudo o que é produzido deve ser consumido ainda jovem. “Nem sempre o vinho mais antigo é o melhor, salvo raras exceções, por isso, dizemos que na maioria dos casos o vinho branco deve ser consumido em até 3 anos, e o vinho tinto em até 5 anos”, resumiu.
A graduação alcoólica e o volume da garrafa também são informações presentes em todos os rótulos. “A graduação alcoólica dá uma ideia do quanto encorpado é o vinho (mais leves quando com menos de 12,5% e mais encorpados quando com mais de 13,5%), e o volume padrão das garrafas é de 750ml, mas há as meias garrafas com 375ml e as opções de 1,5L, mas são mais incomuns”, finalizou.