Mesmo com protestos e campanhas por parte de movimentos negros, de direitos humanos e sociais, Rafael Braga, preso em 2013 com produtos de limpeza na mochila, deve permanecer preso. Isso porque o julgamento de seu habeas corpus, realizado nesta terça-feira (1º) na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), foi adiado com dois votos pela manutenção de sua detenção.
As informações são do site Justificando. Dois desembargadores, sendo um deles a relatora Katya Monnerat, votaram contra o habeas corpus. Na hora de seu voto, Luiz Zveiter pediu vista, adiando a conclusão. São remotas, porém, as chances de Braga reverter o caso.
Rafael foi preso em abril deste ano por suposto envolvimento com tráfico de drogas na posse de 0,6g de maconha, 9,3g de cocaína e um rojão, sendo condenado a 11 anos e três meses de prisão em sentença judicial, unicamente com base na palavra dos policiais. A defesa diz que os PMs forjaram o flagrante.
Ele estava em regime semiaberto quando detido. Isso porque, em 2013, durante os protestos de junho daquele ano, Rafael, negro, morador de rua e catador de latinhas, foi abordado por policiais com frascos de produto de limpeza na mochila, ao que os oficiais registraram como artefatos para produção de bomba caseira.
Rafael nega veementemente que estivesse participando do ato na avenida Presidente Vargas naquela noite. Das centenas de pessoas presas durante os quase 700 protestos realizados naquela época, o único ainda preso é Rafael.