Enquanto a situação dos gays Chechênia passa por uma piora dramática, incluindo assassinatos e “campos de concentrações”, o Brasil deu mais um passo em direção à legalização do casamento entre homossexuais. Na quarta (3), a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a proposta de autoria da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) que libera a união entre pessoas do mesmo sexo.
A senadora, que defende o texto no Congresso há mais de dez anos, avaliou ao Estado de S. Paulo que a proposta enfrentará dificuldades na Câmara. Mesmo com entendimentos favoráveis do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o casamento gay, Suplicy considera a aprovação do projeto extremamente importante. “Uma coisa é você ter uma aprovação pelo STF, outra é ter um projeto de lei que muda completamente, porque mexe no Código Civil”, afirmou.
O projeto será votado em segundo turno na comissão na próxima semana e, caso não haja recurso, segue para a Câmara. “Na Câmara, a situação é diferente. Lá os grupos organizados mais conservadores tem uma participação muito forte”, afirmou. “Mas hoje é dia de comemorar, de ficar contente, porque travei desde 1995 essa batalha e hoje percebo que está muito mais tranquilo. Esse assunto não é mais um tabu”, completou.