Nesta terça-feira (1º), o jornal Folha de S. Paulo e o blog do jornalista Juca Kfouri no UOL trazem a notícia de um vazamento de água sob a Arena Corinthians, em Itaquera, que poderia causar um deslizamento de terra no estacionamento do estádio, fazendo-o cair na Radial Leste, principal via da zona leste paulistana.
O caso, segundo os veículos, foi descoberto em junho de 2016. Um ano antes, a administração do estádio foi alertada pela Sabesp sobre o consumo excessivo de água. Em fevereiro, houve um deslizamento de terra na área ao lado do estacionamento leste, que chegou até a calçada da Radial. Uma auditoria interna do Corinthians, dono do estádio, investiga a ocorrência.
Além dos jogos da equipe corintiana, a Arena receberá no dia 12 de novembro o festival Sons da Rua, justamente em seu estacionamento, que comporta 350 carros. O evento será o primeiro do ramo musical a acontecer no local, que abriu a Copa do Mundo de 2014, e contará com a presença de nomes como Criolo, Emicida, Rael, Thaíde e MC Marechal. Além disso, o Sons da Rua também apresentará novos talentos do hip hop, selecionados através de uma seletiva que vem acontecendo há alguns meses.
Milhares de ingressos já foram vendidos e o evento está comercializando seu lote final. Serão 12 horas de shows, entre 12h de sábado (12) e meia-noite de domingo (13). A Jump Eventos e Produções Ltda, organizadora do festival, foi procurada pela reportagem e enviou o seguinte comunicado: “estamos apurando todas as informações e assim que tivermos um posicionamento, entramos em contato”.
Governo de São Paulo diz não ser responsável por evento
A Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo aparece no anúncio do festival como um de seus apresentadores. Porém, em contato com o Virgula, o órgão afirmou não responder por sua realização e ser apenas um incentivador, através do ProAC (Programa de Ação Cultural), projeto do governo que arrecada fundos para a realização de eventos culturais no estado.
Arena tem risco de desabamento
Outros problemas estruturais na Arena, segundo a Folha, estão sendo apurados pela auditoria. Foram encontradas rachaduras em paredes do prédio, na arquibancada norte, buracos no piso ao redor do estádio, no estacionamento leste e em outras áreas. Outra preocupação é a queda de placas da cobertura e de paredes. Lâminas de porcelana de três milímetros de espessura, com três metros por um de comprimento e potencial para provocar cortes como os de uma faca, já caíram no setor norte da arquibancada e até mesmo no gramado. Os incidentes aconteceram em dias sem jogos, em áreas onde circulam pessoas.
Em fevereiro, um pedaço do teto da principal entrada da arena, composto por gesso e madeira e pesando cerca de duas toneladas, desabou. Ninguém estava no local no momento do acidente.