Se você sempre quis saber quais os aplicativos que os fotógrafos mais bombados do Instagram usam, nós podemos ajudar. Em uma conversa com Paulo del Valle e César Ovalle eles contaram quais aplicativos não vivem sem, deram dicas e opiniões sobre a edição de fotos e ainda falaram sobre a mania das pessoas de fotografarem absolutamente tudo o que estão fazendo.
“Acredito que tudo que você faz em excesso, é ruim. Acho legal você ter a possibilidade de registrar um ou outro momento da tua vida que antes você não tinha como, mas também acho que por exemplo, filmar o show todo que você está, não faz muito sentido. Duvido que as pessoas parem depois pra ver vídeo por vídeo, na íntegra, daquele show. A nossa relação com o celular/redes sociais ainda é um experimento, os primórdios, e então acredito que muita gente ainda falhe nesse quesito de saber dosar o uso das ferramentas – e acho normal que isso ocorra também”, opinou César.
O fotógrafo ainda afirmou que desse interesse das pessoas pela fotografia podem surgir coisas realmente boas. “Com as câmeras nos celulares a foto e o vídeo se tornaram ferramentas ao alcance de todos, então obviamente o interesse cresce e muito material começa a ser produzido em larga escala. Isso não significa que o material seja bom, mas significa que há novos interessados nesses ramos. Como todo e qualquer meio, acredito que quanto mais se pratica, mais ‘know how’ se adquire, e portanto, lá na frente, boas coisas surgirão disso”, afirmou.
Edição
A edição de fotos é frequentemente criticada, por algumas vezes mudarem tanto a foto que ela se torna irreal. Porém, ela tem um papel importante e que deve ser dosado. “Tudo depende do que a pessoa quer passar com aquela foto. Se ela quer um mundo ‘irreal’, vai ter que editar bastante. Se ela quer passar algo mais realista, vai editar menos e assim vai proporcionalmente ao que ela quer. O problema que acontece geralmente é que muitas pessoas editam muita coisa, mas negam que editaram, aí que mora o suposto problema. Ser sincero com o seu trabalho é essencial”, disse César Ovalle.
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Paulo del Valle pontuou que a fotografia profissional é uma junção de realidade e arte. “Fotógrafos profissionais tendem a mudar um pouco alguns tons de cores, mas isso vem do seu modo artístico de ver o mundo. Cada fotógrafo tem as suas cores próprias e estilo de edição, que se tornam a sua marca registrada. Se você olhar minhas fotos, verá que eu tenho minhas cores, que são muito características do meu trabalho, que são azuis mais esverdeados, laranjas mais rosados e verdes mais azulados. Claro, que todos não precisam seguir um esquema de cores, mas é importante ter em mente que não é legal fugir muito do real. Tentar editar a foto e deixá-la similar com a situação de luz e cor que você a fotografou”, disse.
“Saber dosar na hora de editar é um trunfo e ajuda muito na qualidade do seu material. Saber como fazer, ter referências, bom gosto, tudo só ajuda no resultado final. Para chegar num nível legal você precisa estudar, precisa treinar o olhar, precisa ver muita referência em outras fotos, filmes, seriados e afins. Tudo o que você vive, gosta e tem como influência faz parte e colabora na hora da edição”, completou @cesinha.
Paulo aproveitou também para dar um exemplo de edição “ruim”. “Um exemplo é quando as pessoas usam o modo ‘HDR’ nos aplicativos na intensidade máxima, criando uma ‘aura’ branca em volta das coisas e escurecendo muito as sombras. O que torna a foto completamente irreal. O HDR tem um motivo de existir e deve ser usado no momento que se tira a foto, na própria câmera do celular. Ele é recomendado para situações em que você está contra a luz do sol, por exemplo”.
Aplicativos
Tanto César Ovalle quanto Paulo del Valle disseram que não vivem sem dois aplicativos de edição: Snapseed, Polarr e VSCO. Ambos estão disponíveis gratuitamente para Android e iOS.
César ainda indicou mais três aplicativos indispensáveis para quem gosta de fotografia: Instaflash PRO, Priime e Enlight, disponíveis apenas para quem têm sistema operacional iOS.