“Podemos falar em inglês? Ainda estou aprendendo português e me sinto mais seguro na minha língua”, perguntou Charly Coombes ao iniciar conversa com o Virgula. O músico americano, naturalizado inglês e que reside no Brasil desde 2013, encontrou o amor na cidade de São Paulo e acaba de lançar seu segundo álbum, Black Moon, totalmente gravado em terra tupiniquim. Só para recordar, antes de iniciar carreira solo, Charly tocou na famosa e extinta banda Supergrass, junto com seu irmão, Gaz Coombes.
“Em 2006 eu vim ao Brasil tocar com o Supergrass no festival Campari Rock, em Atibaia, interior de SP, inclusive esse foi um dos meus primeiros shows com a banda. Depois da apresentação eu conheci uma garota brasileira por quem me apaixonei. Hoje ela é minha esposa e moramos em São Paulo; eu, ela e nosso cachorrinho”, explica Charly, e completa: “Desde então fiz muitos amigos aqui, conheci vários músicos e bandas e amo a comida brasileira, as pessoas e o estilo de vida”.
Para o álbum Black Moon, o multi-instrumentista se deixou levar por uma paixão: a astronomia. Fissurado pelo espaço e tudo relacionado ao assunto, decidiu compor um trabalho inteiro para homenageá-lo, fazendo um disco conceitual. “Tudo isso me fascina muito. Sinto que Black Moon é a trilha sonora perfeita para se ouvir no espaço. Eu tive muito tempo para pensar nesse trabalho, principalmente quando eu e minha esposa nos mudamos para o Brasil, pois viemos de navio, e nessa viagem que durou duas semanas eu refleti sobre como as músicas deveriam soar”, conta Charly, que gravou todos os instrumentos sozinhos em sua casa em São Paulo e em Presidente Prudente, e ainda mixou e masterizou.
Mas será que os brasileiros estão preparados para entender Black Moon? “Minha prioridade é investir no mercado brasileiro. As pessoas aqui têm me apoiado muito e estou tendo muita ajuda”, diz ele. “Quando escrevi o álbum eu já sabia que não era para um público mainstream. Eu sei que não é um álbum muito fácil e às vezes ele pode soar estranho, mas foi feito de uma forma muito natural, vindo do fundo do coração. As músicas estão ali, feitas por duas mãos, então espero que as pessoas gostem”.
Sobre estar no Brasil e sobreviver dentro do circuito nacional de musica independente, Charly mostra que tem os dois pés no chão: “É claro que sinto medo, principalmente por estar em um território que não é o meu habitual e que possui uma cultura totalmente diferente. Músico independente e que está começando sente medo em qualquer lugar no mundo, seja no Brasil ou na Inglaterra. Onde você estiver vai ser assustador. Mas, também é muito excitante porque aqui as coisas são novas pra mim e estão apenas começando. Não sei onde o meu som poderá me levar. O que importa é continuar fazendo música com o coração e senti-la”
Para finalizar não poderíamos deixar de perguntar sobre seu tempo no Supergrass, que, como não poderia ser diferente, marcou bastante a vida de Charly: “Foi maravilhoso e incrivelmente divertido. Foi uma honra pra mim. Me sinto sortudo em ter um irmão talentoso como Gaz. Das minhas maiores lembranças, recordo dos últimos shows que a banda fez antes de acabar; foi na Inglaterra e eu abria os shows com minha antiga banda, a Charly Coombes and The New Breed, e depois voltava ao palco para tocar com o Supergrass. Era trabalho dobrado em uma mesma noite, mas era muito divertido também. São grandes lembranças, grandes caras e só tenho a agradecer”.
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