O frio chegou e, com ele, a vontade de ficar debaixo das cobertas e de beber um vinho pra esquentar. Mas você sabe comprar um bom vinho? Acha que qualquer um combina com queijos? A bebida tem grife e os mais caros são os melhores? Para começar, avisamos que existem ótimas bebidas baratas. Não é preço alto que define a qualidade, ok? Excelente notícia em tempos de crise.
Segundo, que o estado de espírito, humor e, principalmente, paladar de cada pessoa são muito importantes. Não adianta comprar um vinho famoso se você não gosta do tipo de sabor dele. Se enganar não é chique!
“Vinho é como perfume, cada dia devia ter um diferente. O sommmelier tem que ser um bom psicólogo para indicar opções certas para cada dia porque um vinho bom é aquele que você gosta”, explica Gianluca Casagrande, sommelier do restaurante Supra di Mauro Maia e que nasceu em uma vinícola no interior da Itália.
Para ajudar a entender melhor seu paladar e a acertar na compra do vinho diante daquela prateleira imensa no supermercado ou de empórios, listamos algumas dicas que vão fazer você parecer um expert.
1 – Vinho e queijo é a combinação perfeita?
Não. Nem todo vinho combina com queijo. E, a razão disto, é a tão falada harmonização.
2 – O que é harmonização?
Harmonizar é equilibrar o paladar! É quando o prato e a bebida formam uma bela dupla. Por isso, o vinho deve acompanhar e completar o efeito causado pela comida e não se separar dela. A regra é: cardápio delicado, vinho mais simples. Receitas elaboradas, vinhos mais encorpados. “O vinho tem que aguentar a comida. Eles têm que estar no mesmo paladar, um não pode se sobressair ao outro”, explica Gianluca, que mora no País há mais de cinco anos e é casado com uma brasileira.
3 – Tudo se harmoniza?
Não. Existem quatro ingredientes que, não adianta, eles vão prejudicar o sabor do vinho e vice-versa. São eles: pimenta, alcachofra, sorvete e frutas.
4 – Champanhe é vinho?
Sim. Nós sempre nos esquecemos, mas champanhe é um dos tipos de vinho. E, além dele, a bebida tem outras quatro grandes divisões: branco, rosé, tinto e de sobremesa.
5 – O que é um bom champanhe?
Os espumantes são feitos de três tipos de uva e tem deixado de ser só uma bebida para celebrações. Uma nova tendência na Europa é servi-lo na taça de vinho branco porque combina bem com todo o jantar. E, saiba que: um bom champanhe é definido pela sensação de frescor que causa e suas borbulhas. As famosas bolhinhas devem ser o menor possível, em maior quantidade e começarem num ponto definido da taça.
6 – Esqueça os espumantes da moda
Apesar de champanhe ser glamour, saiba que as marcas mais populares no Brasil não são nem de longe as melhores. Muito pelo contrário. “Veuve Clicquot na Itália, ao contrário do Brasil, é um champanhe muito pouco apreciado. Moët Chandon também é um dos mais básicos”, explica Gianluca.
Entre as boas sugestões, estão o Dom Pérignon, Deutz, Ruinart, Salon e Vollereaux. Este último tem o melhor custo-benefício porque é um espumante francês moderno e custa pouco mais de R$ 100.
7 – Vinho branco
Segundo Gianluca, um vinho branco de qualidade tem frescor e uma boa sensação de acidez. O ideal é servir entre 6°C e 8°C. Para isso, deixe a garrafa uma hora na geladeira e mais 15 minutos no freezer antes de beber. Em geral, harmoniza bem com frutos do mar, saladas, queijos ácidos e carne branca, como peru e chester.
8 – Vinho rosé
Este tipo de vinho é feito com qualquer tipo de uva e a diferença é o tempo de maceração. O processo dura dois ou três dias, enquanto o vinho tinto fica de 10 a 15 dias. Por isso, o rosé fica no meio do caminho, já que não é tão ácido como o branco, nem tão complexo como o tinto.
O ideal é beber em 12°C. Para isso, coloque a garrafa uma hora na geladeira e mais cinco minutos no freezer antes de servir. Combina com frango, massa com carne, sopa de cebola, salada e queijos frescos e meia cura.
9 – Vinho tinto
Este tipo tem um universo de opções e o bom vinho tinto é aquele que dá sensação de calor. É servido entre 16°C e 18°C. Para chegar a esta temperatura, deixe meia hora na geladeira só para quebrar o calor ambiente.
Entre as várias opções, destaque para dois clássicos. O Pinot Noir que vai bem com pizza, rosbife e bacalhau. E o tipo Malbec, ideal para acompanhar um churrasco. Para diferenciar a variedade, observe as três cores: rubi (vinho jovem e mais suave), púrpura (mediano em complexidade e idade) e granado (envelhecido e bem encorpado).
Para entender também o quanto é encorpado, tem um truque. Com a taça cheia, posicione a mão do outro lado dela, coloque contra a luz e, se não conseguir enxergar os dedos, é porque aquele é um vinho bem encorpado.
10 – Vinho de sobremesa
Este tipo tem tanto branco como tinto e é mais doce e consumido em pequenas doses. Ele é feito através da colheita tardia da uva. Existem várias maneiras de fazer o procedimento, mas geralmente há uma ventilação especial para secar a uva nas videiras depois do prazo. Neste tempo, o cacho se enche de mofo, que suga a água da fruta, deixando-a seca e mais concentrada de açúcar. Por isso, o vinho é mais doce e tem um toque de mofo.
Na galeria, listamos passo a passo como comprar e harmonizar diferentes tipos de vinhos: