Só se fala nisso nas redes sociais. Isabela Raposeiras, empresária e dona do Coffee Lab, endereço de cafés “gourmet” na Vila Madalena – bairro nobre da Zona Oeste de São Paulo – desabafou em um post no Facebook sobre o preconceito do qual descobriu ser alvo “na semana passada”.
Em seu depoimento, ela revela sofrer preconceito por ser “branca e, pelo jeito, elite”. De acordo com ela, a “elite branco-europeia nascida no Brasil” é alvo de preconceito e discriminação (sim, é isso mesmo que você acaba de ler). O texto faz alusão aos articulistas, políticos e formadores de opinião que apontaram que a torcida do Itaquerão, que xingou a presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, era formada por uma “elite branca”.
Em apenas quatro horas, a postagem acumula 2600 compartilhamentos e cerca de 1900 comentários incrédulos, entre pouquíssimas manifestações de apoio. “Também faço parte dessa tal minoria branco-elitista e não, nós não temos a MENOR IDEIA do que é ser discriminado neste país”, criticou Thaisa Burani nos comentários.
No mesmo período, as avaliações enviadas por usuários da rede social sobre o restaurante Coffe Lab chegaram a centenas, todas dando nota mínima para o estabelecimento – e ironizando o post de sua proprietária.
Isabela também foi alvo de críticas de usuários – muitos avisando que deixarão de frequentar o Coffee Lab – por se gabar sobre o fato de contribuir com a Receita Federal. “Pago TODOS os impostos (motivo de incredulidade e chacota por parte de familiares).” Pagar impostos como pessoa física ou jurídica não é algo digno de prêmio”, critica Gabriel Fehr.
Após a enxurrada de críticas, Isabela limitou-se a comentar no post do Facebook sobre o corrido. “O Coffee Lab sempre se posicionou e continuará o fazendo sempre que achar justo, mesmo sabendo e arcando com as opiniões contrárias. Acredito que temos que nos colocar mais, como pessoas jurídicas e físicas. O debate só nos faz crescer e nos acostumar que há diversidade, esta que pleiteio.”
Veja na galeria de imagens 10 desabafos da elite branca que ninguém precisava ouvir
