Uma coisa é certa; o Brasil vive um ótimo momento de artistas solos. Já temos alguns consagrados (Criolo, Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz), e outros emergentes, como Zé Pi , representante dessa nova e boa safra que vem aparecendo. O cantor lançou em 2015 o debut Rizar, que explora desde a MPB de Tom Jobim à música negra norte-americana de Otis Redding. E, para mostrar como o trabalho funciona ao vivo, o cantor fará um show no Sesc Pompeia, em São Paulo, neste sábado (20), às 21h.
Ex-integrante da banda paulistana Druques, Zé Pi bateu um papo rápido com o Virgula e contou porque optou em seguir solo: “Eu sempre compus, desde criança, é uma coisa natural para mim. Meu pai tocava piano, meu avô paterno e materno também compunham e tocavam instrumentos musicais. Com uma banda, você precisa entrar em um consenso, seja na hora de criar os arranjos, a estética ou seja lá o que for; eu queria ter mais liberdade para criar e precisava de espaço.”
“Mesmo em uma carreira solo você nunca está sozinho, precisa de músicos, pessoas que tenham carinho e vontade de criar contigo. Se numa banda estou com mais quatro pessoas, no meu trabalho solo eu tive mais de dez pessoas trabalhando comigo, isso se deve justamente ao fato de eu estar solo. Pude convidar quem eu queria, sem passar por uma votação. Acho que se existe uma diferença favorável (parafraseando o MC Bin Laden) é esta, liberdade”, conta ele.
Tulipa Ruiz, que participa de Rizar, é parceira musical do cantor há tempos, e ele explica como as coisas foram acontecendo: “Fizemos parte de um projeto musical juntos e isso nos aproximou. A Tulipa cantava Depois em seus shows, bem no comecinho de carreira. Ela fazia uma colagem com outra música e era muito bonito. Eu já havia participado do disco de estreia dela, cantando Só Sei Dançar Com Você, e como eu sabia que ela gostava de Depois, a convidei para cantar no meu disco”.
Luiz Chagas, pai de Tulipa, também é outro ‘bróder’ de Zé, e vai participar do show de sábado: “O Chagas é um cara muito especial. Quando fomos gravar o disco, achei que poderia ficar bacana as guitarras do mestre em Se Você Soubesse, que é uma espécie de homenagem ao rock e a libido. Não deu outra, o Chagas arrebentou no solo de guitarra e agora todos poderão ouvi-lo ao vivo”.
Por enquanto, o rapaz trabalha na turnê de seu álbum, e quem for ao Sesc Pompeia verá como ele soa no palco. Mas, também pode pintar coisas novas por aí: “Sempre estou compondo, acho que até o final do ano é bem capaz que lance algo novo, já tenho algumas músicas novas na manga’.
A música brasileira agradece.
SERVIÇO
ZÉ PI e Dingo Bells fazem shows no Sesc Pompeia
Local: Comedoria do SESC Pompeia – Rua Clélia, 93
Dia 20 de fevereiro às 21h
Preços: a partir de R$5
Venda de ingressos limitada a 6 por pessoa. Clique aqui para comprar.