O MasterChef Júnior Brasil encerrou sua primeira edição nesta terça-feira (15), na Band. Ao contrário da temporada principal do reality show, o programa foi gravado – tanto que o resultado já havia vazado e enfureceu internautas – o que evitou as lambanças das finais anteriores. Lorenzo, de 13 anos, foi o grande vencedor ao superar a outra finalista, Lívia, de 12.
Os concorrentes tiveram que apresentar um menu completo – entrada, prato principal e sobremesa – aos jurados: Henrique Fogaça, Paola Carosella e Erick Jacquin. O trio elogiou bastante a dupla finalista. A preocupação ficou mesmo por conta da presença dos pais, que por muitas vezes causou nervosismo nas crianças.
A entrada e os pais enxeridos
Curiosamente, o MasterChef Júnior teve menos “enrolação” do que a edição adulta do programa e foi direto ao assunto. Lívia escolheu para a entrada um creme de aspargos com vieiras, o que Paola disse ser uma escolha “interessante”. Já Lorenzo, optou por um tartar de abacate, lagostim e atum .
A primeira lambança veio de Lívia, que acabou temperando as vieiras com açúcar no lugar do sal. “Corre, filha. Põe o açúcar longe agora”, bradou a mãe da competidora. A pequena cozinheira sofreu com nervosismo, principalmente por causa do mezanino, onde os ex-participantes e seus pais davam instruções durante todo o tempo.
Lívia foi a primeira a ter o prato julgado. “É uma ideia elegante. Executado com maestria. Muito difícil imaginar que estou na frente de uma menina de 12 anos”, disse Paola. Jacquin, por sua vez, afirmou que o prato estava um pouco ácido, mas teceu elogios após a ressalva.
Lorenzo apresentou sua montagem de tartar com camadas de abacate, atum e lagostim. “Está perfeitamente bem temperado. A única crítica é que é muito grande para uma entrada”, apontou Carosella. “Estou me sentindo no meu restaurante”, respondeu Jacquin, para alegria do garoto.
“Teremos um grande problema para avaliar”, disse Fogaça, apontando para o equilíbrio dos competidores.
Prato principal
No ápice da competição, Lorenzo foi o primeiro a ter dificuldades. O pequeno chef teve muitos problemas para montar o cilindro de massas e iniciar seu raviolone. O pai do garoto se enfureceu neste momento. Do outro lado da bancada, a mãe de Lívia insistiu para que a garota não repetisse o erro da confusão entre sal e açúcar: “experimenta, experimenta!”. Ela optou por fazer um saltimbocca. “Receitas complexas, mas super possíveis”, disse Paola.
No momento em que Lorenzo acertou o ponto de sua massa, a torcida fez bastante barulho. “Se eu tivesse que cozinhar com torcida, eu largava o avental e ia embora”, brincou Carosella sobre a pressão.
Enquanto isso, o pai de Lorenzo continuou pressionando o filho, que respondeu: “Já sei, pai. Já sei. Não me enche”. Em certo ponto, Fogaça também interviu: “Deixa o menino, pai”.
Faltando quinze minutos para o fim da prova, Lívia descobre que queimou o molho. “Eu percebi que estava ficando com uma cor não agradável”.
Como sempre, o empratamento foi dramático até a contagem dos últimos segundos.
Lorenzo foi o primeiro a ser julgado. “Você fez um prato clássico. Um grande trabalho”, disse Paola. Jacquin elogiou a apresentação, mas disse que faltava um pouco de sal e trufas na composição. “Molho branco está neutro. Podia ter mais força e potência no sabor, mas fez um belo trabalho. Foi bem pensado”, completou Fogaça.
“Ponto da carne está certo. Não está salgado, o que é perigoso por causa do presunto. Está bem feito e você trabalhou bem”, disse Jacquin, primeiro a experimentar o saltimbocca de Lívia. “Tempero equilibrado. Senti necessidade do molho”, apontou Fogaça. “Eu já previa isso”, respondeu a participante, que queimou o molho em cima da hora.
A sobremesa
Lívia começou essa etapa reclamando das interferências do mezanino. “Tem hora que ajuda e tem hora que atrapalha porque ficam repetindo as dicas. Calma”, disse a finalista, que fez uma tarte tatin de banana e logo teve problemas ao queimar seu caramelo.
Já Lorenzo, que optou por fazer um tiramisu, teve dificuldade ao fazer o café para receita, principalmente porque escolheu o pó solúvel. “Tá horrível”, disse para o pai ao experimentar a bebida.
“Me deu um nervoso que não tinha acontecido em nenhum momento do programa”, disse Lívia, que teve vários problemas com sua sobremesa. “Não se abala. Calma”, disse Fogaça. A massa não deu certo e a competidora teve que improvisar para entregar a sobremesa a tempo. Na hora de tirar da fôrma, metade da torta ficou grudada no fundo.
O nervosismo também tomou conta do outro lado. Lorenzo se desconcentrou em certo ponto e jogou chocolate em pó em um creme que não devia.
Na hora do veredito, os jurados elogiaram a força de vontade de Lívia na reta final ao enfrentar várias dificuldades. “Você lutou até o final. Isso me deixou emocionado. De verdade”, disse Fogaça. “Muito bom o sabor. Você ouviu, aprendeu e experimentou. Você deu um exemplo hoje trabalhando. Focam mais no conteúdo e menos nas aparências”, completou Paola.
No julgamento de Lorenzo, Fogaça alfinetou: “Você fez o seu cardápio ou do seu pai?”. O finalista respondeu: “o meu”. Carosella criticou a apresentação do tiramisu, principalmente o desperdício de pó de cacau.
“Os dois trabalharam bem”, resumiu Jacquin.
Veredito
“Foi uma trajetória longa. Vocês puderam sentir um pouquinho do que vive um cozinheiro. Parabéns vocês dois por chegarem até essa final”, disse Fogaça. “Vocês entraram com outros dezoito cozinheiros incríveis e mostraram para o país inteiro que criança pode cozinhar. Através da cozinha dá pra aprender a ser responsável, generoso. Vocês não fizeram apenas uma competição de culinária. Estamos extremamente orgulhosos”, completou Paola.
Para adicionar um tom emocionante na final, o programa fez uma surpresa para Lívia ao trazer sua irmã mais velha, que mora nos Estados Unidos, antecipadamente ao Brasil para a final.
Após um longo discurso e séries de elogios, finalmente o veredito: Lorenzo.