Costuma-se dizer que quem faz a travessia de Angra
dos Reis a Ilha Grande não perde 45 minutos: ganha. Turistas vão à espera de
viver uma experiência inesquecível, e
dificilmente voltam arrependidos. Pertencente ao município de Angra, a Ilha tem
praias de água verde-azulada e cristalina, como poucas no mundo. Além de
cachoeiras, trilhas ecológicas na Mata Atlântica, história, muita natureza e
paisagens cinematográficas de beleza indescritível. Eleita a “segunda maravilha
do Estado do Rio de Janeiro”, em 2007 – só perdeu para o emblemático Pão de
Açúcar -, a Ilha Grande é, e poucos duvidam disso, um paraíso na Terra.
Com um passado que inclui ataques de piratas,
passeios do Imperador Dom Pedro II, rota de tráfico de escravos e uma colônia penal,
não faltam motivos para se conhecer este santuário. Talvez os mais fortes deles
sejam as mais de 100 praias, algumas quase desertas, dos seus 193 quilômetros
quadrados. Para chegar a muitas delas, só de barco ou por trilhas. No caminho, os
visitantes se deparam com animais marinhos, como golfinhos – há muitos deles
por lá – e tartarugas, e terrestres, como saguis, esquilos e beija-flor.
A chegada a Ilha, a partir do cais de Angra (a 156
quilômetros do Rio) ou de outro ponto do continente, se dá na Vila do Abraão. Principal
localidade, é a praia mais populosa e turística da Ilha, e onde se concentra a
maior parte da infraestrutura, como lojas, hotéis, bares e restaurantes. No
Abraão, todas as tribos se encontram, sobretudo de jovens. Muitos preferem se
hospedar por ali mesmo, onde o agito noturno é grande, e os que optam por
noites mais tranquilas se mandam para outras praias.
Certo é que quase todos, durante o dia, se aventuram
em passeios de barco ou a pé, por lugares tão bonitos quanto Lopes Mendes, tida
com uma das mais lindas praias da Ilha, e a Lagoa Azul, um aquário natural,
point de praticantes de mergulho e snorkelling. As aventuras podem incluir até
um rapel na Cachoeira da Feiticeira, queda de 15 metros, boa para iniciantes no
esporte e acessível a uma hora de caminhada, por uma trilha de média
dificuldade.
Já quem gosta de conhecer a história dos lugares que
visita, a ida ao Aqueduto é um prato cheio. Erguido em 1893, com 125 metros de
comprimento, possui uma pedra próxima na qual Dom Pedro II, quando visitava a
Ilha, gostava de sentar para ler, escrever e desenhar as paisagens que
observava. Além do Aqueduto, visita obrigatória é aos escombros do presídio Cândido
Mendes, na Vila de Dois Rios, antigo abrigo de doentes de hanseníase que, do
Estado Novo ao fim da ditadura militar, funcionou como temível colônia penal de
presos políticos. A caminhada do Abraão até lá leva cerca de duas horas.
Ou seja, na Ilha, quem fica parado é poste. Hoje em
dia, há muitas opções de passeios de barco, lanchas, escunas etc. disponíveis
nas empresas de turismo na Vila do Abrãao. Os destinos são múltiplos e é
possível fazer combinações a gosto do freguês. Quem prefere terra firme, pode
escolher caminhar para conhecer praias – e monumentos históricos – como
Caxadaço, Farol dos Castelhanos, Aqueduto e Saco do Céu, entre muitos outros.